segunda-feira, 27 de outubro de 2014

O primeiro texto do Novo Testamento

Dom Eurico dos Santos Veloso
Arcebispo Emérito de Juiz de Fora (MG)
Os tessalonicenses são chamados de Igreja e essa palavra significa uma comunidade organizada e unida em torno de objetivos claros e de lutas específicas.

A comunidade de Tessalônica se organizou a partir da catequese fundamental de Paulo e seus companheiros. O centro de sua organização é o projeto de Deus manifestado na pessoa de Jesus morto e ressuscitado, É por isso que Paulo chama os tessalonicenses de “Igreja em Deus Pai e no Senhor Jesus Cristo”, desejando-lhes graça e paz, isto é, a plenitude da presença de Deus que gera vida em abundância para o povo. Os lideres dessa comunidade são o Pai e o Filho Jesus, proclamado Senhor em oposição a César, que se faz passar por Deus.
Os versículos de 2 a 4 fazem parte de uma ação de graças. É o modo como Paulo começa a maioria de suas cartas. Descobrimos que ele agradece a Deus a fé, o amor e a esperança dos tessalonicenses. Encontramos aí a síntese da vida cristã. Em primeiro lugar, a fé que é fundamentalmente a adesão a Jesus morto e ressuscitado. A seguir, vem o amor, que é a forma como a fé se traduz na vida de uma comunidade: ela gera novas relações entre as pessoas e essas relações têm como eixo o amor, que transforma a realidade. Por fim, vem a esperança, que não fecha a comunidade em si mesma, mas projeta-a no horizonte da história, ao encontro da realização plena do projeto de Deus. A esperança é a mística que anima a caminhada dos tessalonicenses e de todas as comunidades.
O último versículo da leitura deste domingo fala da presença do Espírito que anima a catequese e o progresso da evangelização. Para Paulo, é evidente que o Espírito Santo vai conduzindo a evangelização, sensibilizando as pessoas e dando credibilidade à palavra de quem, à primeira vista, não merecia consideração. É o Espírito quem dá força e eficácia ao Evangelho.
Fonte: CNBB

domingo, 26 de outubro de 2014

"A vocação e a missão da família na Igreja” será tema do Sínodo de 2015

“Foi uma grande experiência, na qual vivemos a sinodalidade e a colegialidade e sentimos a força do Espírito Santo que sempre guia e renova a Igreja, chamada sem demora a cuidar das feridas que sangram e a reacender a esperança para tantas pessoas sem esperança”, expressou o papa Francisco na missa de encerramento da 3ª Assembleia Extraordinária do Sínodo dos Bispos.
A cerimônia foi concelebrada pelos padres sinodais na Praça de São Pedro, no domingo, 19, com a presença do papa emérito, Bento XVI. 
"Na realidade, pastores e leigos de todo o mundo trouxeram aqui a Roma a voz das suas Igrejas particulares para ajudar as famílias de hoje a caminharem pela estrada do Evangelho, com o olhar fixo em Jesus”, disse Francisco durante a homilia.
Os estudos realizados na Assembleia Sinodal serão retomados e aprofundados na 14ª Assembleia do Sínodo dos Bispos, que acontecerá de 4 a 25 de outubro de 2015, com o tema "A vocação e a missão da família na Igreja, no mundo contemporâneo".
“Pelo dom deste Sínodo e pelo espírito construtivo concedido a todos, – com o apóstolo Paulo – ‘continuamente graças a Deus por todos vós, recordando-vos sem cessar nas nossas orações. E o Espírito Santo, que nos concedeu, nestes dias laboriosos, trabalhar generosamente com verdadeira liberdade e humilde criatividade, continue a acompanhar o caminho que nos prepara, nas Igrejas de toda a terra, para o Sínodo Ordinário dos Bispos no próximo outubro de 2015. Semeamos e continuaremos a semear, com paciência e perseverança, na certeza de que é o Senhor que faz crescer tudo o que semeamos”, disse Francisco.
Beato Paulo VI
Ao falar da trajetória de Paulo VI, o papa Francisco recordou as palavras do beato que dizia ser necessário a Igreja “perscrutar atentamente os sinais dos tempos, procuramos adaptar os métodos (...) às múltiplas necessidades dos nossos dias e às novas características da sociedade” (Carta ap. Motu próprio Apostólica solicitado).
Francisco destacou, ainda, o espírito corajoso do beato Paulo VI, seu apostolado incansável. “Obrigado, nosso querido e amado papa Paulo VI! Obrigado pelo teu humilde e profético testemunho de amor a Cristo e à sua Igreja! No seu diário pessoal, depois do encerramento da Assembleia Conciliar, o grande timoneiro do Concílio deixou anotado: ‘Talvez o Senhor me tenha chamado e me mantenha neste serviço não tanto por qualquer aptidão que eu possua ou para que eu governe e salve a Igreja das suas dificuldades atuais, mas para que eu sofra algo pela Igreja e fique claro que Ele, e mais ninguém, a guia e salva’”, acrescentou. 
Fonte: CNBB

sábado, 25 de outubro de 2014

Jerusalém pretende gerar 1.230 novos quartos de hotel

Em uma tentativa de aumentar o número de lugares para ficar na capital, a Prefeitura de Jerusalém está ajudando os empresários a receber licenças de construção em tempo mais curto.

A falta de quartos de hotel em Jerusalém é um problema bem conhecido que a capital de Israel tem lidado por muitos anos. Agora, a prefeitura de Jerusalém e a Autoridade de Desenvolvimento de Jerusalém (JDA, por sua sigla em Inglês) estão lançando uma medida para aumentar o número de locais de alojamento na cidade.

O objetivo é construir 1.226 quartos em dois anos.

O plano permite que cada pessoa na posse de terras para fins residenciais, comerciais ou de escritórios mude a determinação da Terra dentro de um curto espaço de tempo e adquirir licenças para alojamento turístico.

O empregador deve ser acompanhado por um funcionário da JDA em todo o processo e dará prioridade ao seu pedido entre todas as agências relevantes. Isso ajudará a encurtar o processo burocrático de cerca de três anos para no máximo um ano e meio.

O plano foi aprovado no início de 2014  para que o empregador não seja obrigado a passar por um processo de sistema de desenvolvimento urbano, que é demorado, e poderá emitir imediatamente as licenças de construção.


Fonte: Iton Gadol

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Paulo VI beatificado, na conclusão do Sínodo dos Bispos sobre a Família - Sublinhado seu testemunho de amor a Cristo e à Igreja

Com um tempo esplêndido e uma praça de São Pedro repleta de fiéis, Papa Francisco preside nesta manhã a Missa, concelebrada com os Padres Sinodais e elevado número de sacerdotes, na conclusão da assembleia extraordinária do Sínodo dos Bispos sobre a família, procedendo à beatificação do Papa Paulo VI. A celebração é transmitida em direto neste mesmo site.

Na homilia da missa de beatificação, “a respeito deste grande Papa, deste cristão corajoso, deste apóstolo incansável”, Papa Francisco fez questão de dizer sobretudo “uma palavra tão simples como sincera e importante”:

Obrigado, nosso querido e amado Papa Paulo VI! Obrigado pelo teu humilde e profético testemunho de amor a Cristo e à sua Igreja!
Citada uma passagem do seu diário pessoal, em que o novo Beato escrevia que talvez o Senhor o tivesse chamado à missão de sucessor de Pedro “para sofrer algo pela Igreja e para que fique claro que Ele, e mais ninguém, a guia e salva”. 

Nesta humildade, resplandece a grandeza do Beato Paulo VI, que soube, quando se perfilava uma sociedade secularizada e hostil, reger com clarividente sabedoria – e às vezes em solidão – o timão da barca de Pedro, sem nunca perder a alegria e a confiança no Senhor.

Verdadeiramente – concluiu o Papa Francisco - Paulo VI soube «dar a Deus o que é de Deus», dedicando toda a sua vida a este «dever sacro, solene e gravíssimo: continuar no tempo e dilatar sobre a terra a missão de Cristo»), amando a Igreja e guiando-a para ser «ao mesmo tempo mãe amorosa de todos os homens e medianeira de salvação». 

Na primeira parte da homilia, Papa Francisco comentou o Evangelho do dia, com o convite de Jesus a “dar a Deus o que é de Deus”. 

Isto significa reconhecer e professar – diante de qualquer tipo de poder – que só Deus é o Senhor do homem, e não há outro. Esta é a novidade perene que é preciso redescobrir cada dia, vencendo o temor que muitas vezes sentimos perante as surpresas de Deus. / Ele não tem medo das novidades! Por isso nos surpreende continuamente, abrindo-nos e levando-nos para caminhos inesperados.

“Um cristão que vive o Evangelho é ‘a novidade de Deus’ na Igreja e no mundo” – prosseguiu o Papa. ‘Dar a Deus o que é de Deus’ significa abrir-se à sua vontade e dedicar-Lhe a nossa vida, cooperando para o seu Reino de misericórdia, amor e paz. Aqui está a nossa verdadeira força, o fermento que faz levedar e o sal que dá sabor a todo o esforço humano contra o pessimismo predominante que o mundo nos propõe. Aqui está a nossa esperança”.
Aplicando esta anotação à experiência sinodal vivida nas duas últimas semanas, Papa Francisco recordou que – como diz a palavra “sínodo”, se tratou de caminhar juntos, pela estrada do Evangelho, com o olhar fixo em Jesus.

Foi uma grande experiência, na qual vivemos a sinodalidade e a colegialidade e sentimos a força do Espírito Santo que sempre guia e renova a Igreja, chamada sem demora a cuidar das feridas que sangram e a reacender a esperança para tantas pessoas sem esperança.

Que o Espírito Santo, que nos concedeu, nestes dias, trabalhar com verdadeira liberdade e humilde criatividade, continue a acompanhar o caminho que nos prepara, nas Igrejas de toda a terra, para o Sínodo Ordinário dos Bispos no próximo Outubro de 2015 – afirmou o Papa.

Semeámos e continuaremos a semear, com paciência e perseverança, na certeza de que é o Senhor que faz crescer tudo o que semeámos. 
(Texto integral da homilia do Santo Padre na Secção Textos e Documentos)



No final da celebração, passado já o meio-dia, na alocução antes da recitação do Angelus, o Papa Francisco exortou todos a seguirem os ensinamentos e o exemplo do novo Beato. Neste domingo em que se celebra o Dia Mundial das Missões, o Papa recordou que Paulo VI foi um vigoroso promotor da missão ad gentes.
Disso é testemunha sobretudo a Exortação Apostólica ‘Evangelii nuntiandi’ com a qual quis despertar o impulso e o empenho em relação à missão da Igreja.
Sublinhada também a profunda devoção mariana do Beato Paulo VI, como o prova a Exortação Apostólica “Marialis cultus” e o facto de ter proclamado Maria “Mãe da Igreja”, no encerramento da terceira sessão do Concílio Vaticano II.

Fonte: Rádio Vaticano

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Especialista israelense no tratamento de Câncer vem ao Brasil

A Sociedade Brasileira Amigos da Universidade Hebraica de Jerusalém (UHJ) traz ao Brasil, entre os dias 20 e 22 de outubro de 2014, o professor Yechezkel Barenholz (Chezy), considerado um dos maiores especialistas no tratamento do câncer. Com mais de 30 patentes e cerca de 300 artigos científicos publicados, ele foi um dos desenvolvedores do DOXIL, a primeira nano droga aprovada pela FDA para o tratamento de câncer.
Em sua visita a São Paulo ele ministrará palestra no dia 21 de outubro, às 20h, na Livraria Cultura do Shopping Iguatemi, sobre “Nano targeted drugs: the drugs of the 21st century”, onde abordará os avanços das nanodrogas para doenças oncológicas, neurodegenerativas e osteoartrite, bem como sua experiência para inserir o medicamento no mercado. A palestra será em inglês e o evento é aberto ao público mediante inscrições pelo email: amigos.uhj@cambici.org.br
No dia 22 de outubro, às 12h, ele participará do ciclo de palestras da Câmara Brasil Israel de Comércio e Indústria, sobre “Transferência de Tecnologia: da Pesquisa ao Mercado”, quando relatará sua experiência de sucesso com um dos medicamentos mais importantes para a medicina moderna na luta contra o câncer. O local será divulgado após a adesão. Convites ao preço de R$ 200,00 pelo email: eventos@cambici.org.br ou pelo telefone: (11) 3063.4424. O professor Barenholz também participará de eventos na USP e no Hospital Israelita Albert Einstein.
Chefe do Laboratório de pesquisa de Membranas e Lipossomos da Faculdade de Medicina Hadassah da Universidade Hebraica de Jerusalém, Professor Barenholz recebeu seu título de Ph.D. em 1971. Sua pesquisa básica foca a biofísica da formação dos lipídios, tais como lipossomas e micelas e na relação da composição- estrutura-função das membranas biológicas .Sua pesquisa aplicada centra no desenvolvimento do DDS – “Drug Delivery System” (sistema entregador de drogas) e em drogas baseadas nesse sistema, incluindo drogas anticâncer, anti-inflamatórias e anestésicos locais de baixo peso molecular, assim como sistemas entregadores de peptídeos, proteínas, ácido nucleico e vacinas.
Informações e inscrições pelo email: amigos.uhj@cambici.org.br

Fonte: Pletz

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

O mundo nas mãos

Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém do Pará (PA)

Nossa cidade de Santa Maria de Belém do Grão Pará recebe peregrinos de tantas partes, começando de nossas casas, para o Círio de Nazaré. Celebramos a grandeza imensa do amor de Deus, refletido na simplicidade desconcertante da Virgem de Nazaré, Nossa Senhora, Mãe de Deus e nossa Mãe, escolhida e preparada pelo Pai do Céu. Maria acolheu o chamado que lhe foi feito através da mensagem do Anjo Gabriel (Cf. Lc 1, 26-38) e deu sua resposta, com a qual a história do mundo foi mudada, para ser aventura de salvação e de graça. E todas as gerações a proclamam feliz, bendita, bem-aventurada (Cf. Lc 1, 48). Mais uma vez cumprimos a profecia pronunciada na casa de Isabel e Zacarias, pois é Círio outra vez.

O Círio de Nazaré se expressa em diversos sinais externos, todos eles ricos em mensagens, com os quais a Igreja continua a evangelizar. Um deles, certamente o ícone mais expressivo, é a imagem encontrada pelo Caboclo Plácido. Pequenina e tão imensa, acolhe as multidões que acorrem devotamente à Basílica de Nazaré. Nela ou na imagem peregrina que é conduzida por tantos lugares, nas milhares de visitas evangelizadoras do Círio, há detalhes carregados de sentido. O artista que fez a imagem mostrou a Virgem Maria com o Menino Jesus em seus braços, corpo à vista de todos, criança envolvida pela mão carinhosa de uma mãe. Poucas vestes para que a dignidade do corpo assumido na Encarnação do Verbo ficasse à vista de todos, a fim de que tudo de humano venha a ser reconhecido e valorizado. E ele tem o mundo em suas mãos!
Pequeno o Menino, mas o mundo está em suas mãos! Encantadora desproporção, tão grande que já traz a coroa daquele que é o Rei do Universo, Rei sobre a Cruz e sobre a história do mundo e dos homens. São Paulo põe em nossa boca um magnífico hino, com o qual contemplamos o Menino do colo da Virgem de Nazaré, depois crescido, morto e ressuscitado: "Com alegria, dai graças ao Pai que vos tornou dignos de participar da herança dos santos, na luz. Foi ele que nos livrou do poder das trevas, transferindo-nos para o reino do seu Filho amado, no qual temos a redenção, o perdão dos pecados. Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação, pois é nele que foram criadas todas as coisas, no céu e na terra, os seres visíveis e os invisíveis, tronos, dominações, principados, potestades; tudo foi criado por ele e para ele. Ele existe antes de todas as coisas e nele todas as coisas têm consistência. Ele é a Cabeça do corpo, que é a igreja; é o princípio, Primogênito dentre os mortos, de sorte que em tudo tem a primazia. Pois Deus quis fazer habitar nele toda a plenitude e, por ele, reconciliar consigo todos os seres, tanto na terra como no céu, estabelecendo a paz, por meio dele, por seu sangue derramado na cruz" (Cl 1, 12-20). O mundo está em suas mãos!
O Menino da Virgem de Nazaré, com o mundo nas mãos, quer evangelizar-nos de novo durante este Círio! A vida pulsa nas mãos de Nossa Senhora. Contemplamos a maravilha da vida pensada por Deus para todos os seus filhos e filhas, de todas as gerações. Sejam expostas com respeito e recato a vida e a dignidade humanas, apelando às consciências para que nenhum sopro de vida seja apagado pelo egoísmo. Que pulsem vibrantes os corações, do ventre das mães e até que naturalmente o ventre da terra acolha todos os que vieram a este mundo, como fruto do amor infinito de Deus, para o qual tudo existe e tem vida. Brilhem com ele os rostos das crianças, seu olhar inquieto e provocante. Acenda-se a esperança com a tocha vibrante dos adolescentes e jovens. As famílias façam palpitar o amor à vida, olhando para a Casa de Nazaré. Os homens e mulheres de mais idade transbordem sabedoria para as outras gerações. E que nenhuma vida seja ceifada pela maldade humana, mas venha a florescer e frutificar até seu ocaso natural.
E Jesus Menino tem o mundo nas mãos! Parece incrível que alguém tão pequeno possa carregá-lo! O mundo é pesado? É que estamos acostumados a ver tudo com normas de pesos e medidas! Falta-nos a poesia para brincar com o mundo, olhando-o como obra prima de Deus. Vendo-o do lado de quem o criou, podemos enxergar o conjunto, sem pretender dividi-lo através dos muitos conflitos que inventamos. Sim, Deus fez o mundo para ser visto com a harmonia do azul com que os viajantes do espaço podem contemplá-lo e que nos permitem ver outras cores. O vermelho do amor ou o dourado da realeza, presentes nas vestes de Nossa Senhora de Nazaré, dizem tudo com simplicidade, atraindo os olhares que foram feitos por Deus para verem a beleza com que pensou todas as coisas. Lá do alto e de dentro das mãos do Menino Jesus o mundo é unido, uma só família, na qual as diferenças são presentes a serem distribuídos generosamente pelas pessoas que se doam no amor mútuo.
Este Menino é Deus verdadeiro. De fato, "no princípio era a Palavra, e a Palavra estava junto de Deus, e a Palavra era Deus. E a Palavra se fez carne e veio morar entre nós. Nós vimos a sua glória, glória que recebe do seu Pai como filho único, cheio de graça e de verdade. De sua plenitude todos nós recebemos, graça por graça. Ninguém jamais viu a Deus; o Filho único, que é Deus e está na intimidade do Pai, foi quem o deu a conhecer" (Jo 1, 1.14.16.18). Olhar com fé para o Menino que tem o mundo nas mãos é buscar de novo o plano de Deus para nossa geração. Deus criou o mundo como Pai que ama infinitamente. Filhos que somos, recebemos graça sobre graça e haveremos de viver segundo a sua vontade. Quer de todos nós irmãos e irmãs verdadeiros, dispostos a mudar esta terra, envolvendo-a com laços e cordas de amor, para construir a felicidade de todos. E o Menino tem o mundo nas mãos!
"Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele" (Jo 3, 16-17). O Círio nos faça olhar o mundo de forma diferente, com mais otimismo e alegria. Com a graça do Círio, não precisaremos ser contra ninguém, mas a favor do que Deus quer para todos, a paz e a felicidade. E o Menino, com o mundo nas mãos, diz a todos, com um sorriso maroto nos lábios: "Feliz Círio"!
Fonte: CNBB

domingo, 12 de outubro de 2014

Encontro Mundial das Famílias 2015 – muito desejada a presença do Papa

Realizou-se nesta terça-feira, na Sala de Imprensa da Santa Sé, a conferência de imprensa de apresentação do VIII Encontro Mundial das Famílias, que terá lugar em Filadélfia, nos EUA, de 22 a 27 de setembro no próximo ano de 2015. Participaram desta apresentação o Presidente do Conselho Pontifício para a Família, D. Vincenzo Paglia; o arcebispo de Filadélfia, D. Joseph Chaput; e uma família da cidade de Filadélfia empenhada na vida da Igreja local.
D. Chaput nas suas declarações não escondeu a grande esperança que em Filadélfia todos têm no coração:

"Esperamos fortemente que o Santo Padre esteja entre nós em Filadélfia. Filadélfia tem profundas raízes religiosas e o Papa Francisco é muito amado, dentro e fora da Igreja nos EUA.”

Segundo D. Joseph Chaput estão previstos entre 10 a 15 mil participantes neste encontro, provenientes do mundo inteiro. “Evidentemente que uma missa celebrada pelo Papa poderia facilmente atrair mais de um milhão de pessoas..." – afirmou ainda o arcebispo de Filadelfia.
O tema do Encontro é "O amor é a nossa missão: a família plenamente viva", e os dois patronos do evento são S. João Paulo II, que justamente há 20 anos atrás iniciou os Encontros Mundiais das Famílias, e ainda Santa Gianna Beretta Molla, exemplo extraordinário de mãe e mulher cristã.
Como dissemos anteriormente estiveram também presentes neste briefing de imprensa, uma família de Filadélfia: a família Riley, muito empenhada nos preparativos do Encontro. Eis o testemunho de Barbara Riley:

"Sentimo-nos comovidos por acolher em Filadélfia um evento de tal alcance, centralizado na família. A família é muito importante, determinante para o crescimento dos filhos.”

“Há 20 anos atrás converti-me ao catolicismo: fui atraída pela sua atenção às mulheres, às mães e à família" – afirmou ainda Barbara Riley.


No final deste encontro D. Vincenzo Paglia na sua qualidade de Presidente do Conselho Pontifício para a Família enumerou uma série de eventos e iniciativas que precederão este Encontro de Filadélfia. Em particular, na próxima quinta-feira, 18 de setembro, o simpósio "Família e pobreza", promovido em parceria com a "Caritas Internacional" e, sobretudo, o encontro do Papa Francisco com os avós, no último domingo deste mês, 28 de setembro, na Praça S. Pedro.

Fonte: Rádio Vaticano

sábado, 11 de outubro de 2014

'Estrada do rei', na Jordânia, tem sítio arqueológico e berço do cristianismo

Os quase 300 km da "estrada do rei", na Jordânia, são permeados de história e belas paisagens. O caminho começa em Madaba, no centro do país, e segue até Petra.
Em busca de mais visitantes, o governo do país está adequando os serviços públicos e a estrutura turística. A nação tem cenários que podem ser considerados tesouros culturais e naturais, aliando a tradição a uma inovadora oferta de benefícios.
A uma hora de automóvel da capital Amã surge Madaba, berço do cristianismo e ponto de partida da histórica estrada. A pequena cidade é famosa por seus mosaicos, que podem ser vistos em escolas e empresas de arte.
Antes de deixar a cidade, vale a pena fazer uma visita à igreja grego-ortodoxa de São Jorge. No local, há um mapa da Terra Santa e de Jerusalém criado em 560 d.C com cerca de 2 milhões de peças de pedras coloridas. De Madaba, a estrada leva ao sul da Jordânia através do deserto e de cidades fortificadas, que foram caminho de grandes homens, reis e Exércitos. O percurso foi feito por muitos romanos, muçulmanos e judeus peregrinando até a Terra Santa ou a cidade de Meca.
O final da primeira parte do trajeto, há praias e as termas do mar Morto, que se alcançam através do sudeste, atravessando uma paisagem "lunar" fascinante.
O mar Morto, que está a 410 metros abaixo do nível do mar, é a depressão mais baixa do planeta e, justamente por este motivo, suas águas são muito salgadas, relaxantes e terapêuticas pela presença elevada de magnésio, sódio, potássio e mercúrio. Nessa região, foram criadas estruturas de hospedagem exclusivas que oferecem serviços de alta qualidade. Todos os hotéis ou resorts têm lagos termais e praias privativas, onde é possível tomar banhos de lama para tratamentos estéticos.
Pouco mais ao sul, em Al Karak, há uma fortaleza com salas subterrâneas, galerias de abóbadas de pedra e um fosso profundo que resiste por séculos os trabalhos dos turcos de Saladino.
De lá a estrada conduz até Mukawir, cidade histórica que abriga o castelo de Herodes e onde foi decapitado João Batista. Viajando ainda para o sul, é possível admirar a vegetação das montanhas de calcário e a reserva natural de Dana. No local, é possível fazer um passeio a cavalo para descobrir a região e passear pelas vilas fortificadas onde mulheres criam joias artesanais.
A última etapa da "estrada do Rei" é Petra, a cidade esculpida no granito vermelho há mais de 2.000 anos e onde tudo é escavado nas rochas. Templos, teatros, monastérios, termas, estradas coloniais e tumbas reais são feitas de pedra.
A antiga cidade da tribo nômade Nabateus, hoje patrimônio da humanidade, pode ser visitada a cavalo ou com burros. Os últimos são os que melhor percorrem a cidade através de um caminho estreito que desemboca na porta de Siq, uma "garganta" de pedras arenosas que se estendem por mais de um quilômetro. Depois, é possível fazer o trajeto a pé, caminho entre paredões de até 200 metros de altura até o palácio do tesouro do Faraó, o célebre monumento com a face esculpida, o majestoso monastério e a antiga tumba de Aretas 3º. O caminho é decorado com figuras de divindades e da mitologia. A cidade, protegida pelas montanhas, foi construída para controlar as rotas comerciais entre o Oriente e o Ocidente.
Foram os romanos quem descobriram e conquistaram Petra, que permaneceu desconhecida ao mundo até 1812, quando um viajante suíço, Johann Ludwig Burckhardt, a redescobriu. Até hoje, o local é um dos sítios arqueológicos mais visitados do mundo 
Fonte: Folha.com


quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Papa inaugura o Sínodo: trabalhar com criatividade pela família

O Papa Francisco inaugurou oficialmente neste domingo, 5 de outubro, a III Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos com a missa celebrada esta manhã na Basílica Vaticana.
Concelebraram com o Pontífice os cerca de 190 padres sinodais que a partir desta segunda-feira, no Vaticano, debaterão o tema “Os desafios pastorais sobre a família no contexto da evangelização”.
Comentando as leituras do dia, a imagem da vinha do Senhor inspirou a homilia do Santo Padre, por representar o projeto de Deus para a humanidade.
O “sonho” do Senhor é o seu povo: Ele plantou-o e cultiva-o, com amor paciente e fiel, para se tornar um povo santo, um povo que produza muitos e bons frutos de justiça.
Mas tanto na antiga profecia como na parábola de Jesus, o sonho de Deus fica frustrado, pois a ganância e a soberba dos agricultores, aos quais a vinha foi confiada, impediram-lhes de cultivá-la.
“A tentação da ganância está sempre presente”, constatou o Papa. "A ganância de poder e de dinheiro." E os agricultores arruínam o projeto do Senhor pois não trabalham para Ele, mas só para os seus interesses, "carregando sobre os ombros do povo pesos insuportáveis". Quando, na verdade, a tarefa dos líderes do povo é cultivar a vinha com liberdade, criatividade e diligência.
“Também nós somos chamados a trabalhar para a vinha do Senhor, no Sínodo dos Bispos”, disse Francisco, recordando que as assembleias sinodais não servem para discutir “ideias bonitas e originais, nem para ver quem é mais inteligente… Servem para cultivar e guardar melhor a vinha do Senhor, para cooperar no seu sonho, no seu projeto de amor a respeito do seu povo. Neste caso, o Senhor pede-nos para cuidarmos da família, que, desde os primórdios, é parte integrante do desígnio de amor que ele tem para a humanidade”.
Todavia, advertiu o Papa, há sempre um risco à espreita, ou seja, de que a ganância e a hipocrisia deixem que alguns servidores de Deus caiam na tentação de se apoderar de sua vinha. Para não frustrar o sonho do Senhor, é preciso se deixar guiar pelo Espírito Santo, que dá a sabedoria e a capacidade de trabalhar com liberdade e criatividade.
“Irmãos sinodais, para cultivar e guardar bem a vinha, é preciso que os nossos corações e as nossas mentes sejam guardados em Cristo Jesus pela «paz de Deus que ultrapassa toda a inteligência», como diz São Paulo. Assim, os nossos pensamentos e os nossos projetos estarão de acordo com o sonho de Deus: formar para Si um povo santo que Lhe pertença e produza os frutos do Reino de Deus”, concluiu o Pontífice.
Na segunda-feira, dia 6, os trabalhos terão início às 9h. O primeiro tema em debate será "matrimônio e família". O Sínodo encerra-se no domingo, dia 19.

A família cresce com a luz e a força da Palavra de Deus
O Sínodo sobre a família foi o tema da alocução do Papa Francisco que precedeu a oração mariana do Ângelus, este domingo.
Da janela do Palácio Apostólico, o Pontífice saudou os inúmeros fiéis e peregrinos presentes na Praça S. Pedro, recordando a celebração eucarística desta manhã, na Basílica Vaticana, para a inauguração da Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos.
Comentando o Evangelho do dia, que apresenta a imagem da vinha, Francisco afirmou que cuidar da família é um modo de trabalhar na vinha do Senhor, para que produza os frutos de Deus.
“Mas para que a família possa caminhar bem, com confiança e esperança, é preciso que seja nutrida pela Palavras de Deus”, recordou o Papa, congratulando-se com a família paulina, que celebra cem anos de fundação.
Para festejar a data, os filhos espirituais do Beato Tiago Alberione distribuíram aos fiéis na Praça milhares de Bíblias.
“Então, hoje, enquanto se abre o Sínodo para a família, com a ajuda dos paulinos podemos dizer: uma Bíblia em cada família! Não para depositá-la na prateleira, mas tê-la sempre à mão, para ler com frequência, todos os dias, seja individualmente, seja em companhia, marido e mulher, pais e filhos, talvez à noite, especialmente no domingo. Assim, a família cresce, caminha, com a luz e a força da Palavra de Deus”, disse Francisco, mostrando a Bíblia distribuída e pedindo que os fiéis não fossem "espertalhões", e pegassem somente uma cópia para cada família.
O Pontífice conclui pedindo com insistência a oração de todos pelas "duas intensas semanas" de diálogo e confronto que caracterizarão os trabalhos do Sínodo.
Na rede social "Twitter", o Papa também pediu orações pelo evento com a seguinte mensagem, seguida da hashtag #prayforsynod
"No momento em que começamos o Sínodo sobre a Família, peçamos ao Senhor que nos indique o caminho."
Fonte: Portal UM

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Folha percorre trilha em Israel onde, segundo a Bíblia, Cristo esteve

Jesus Cristo era mochileiro e, ademais, estava em boa forma. A ideia, quiçá profana, me acompanhou durante três dias -enquanto caminhava 60 quilômetros, escalando montanhas e cruzando rios secos na região da Galileia.
Eu seguia o trajeto de Cristo entre Nazaré e Cafarnaum. A trilha de Jesus, idealizada em meados de 2007 por dois viajantes, atrai hoje aventureiros e peregrinos ao norte de Israel.
É um trajeto por entre locais mencionados no Evangelho, com episódios relacionados a Jesus. Por exemplo, Tabgha, a praia onde ele teria multiplicado os peixes.
Caminhei sozinho, com a mochila nas costas e carregando em meu Kindle uma versão comentada da Bíblia. Já em cima da primeira montanha, poucas horas depois de deixar Nazaré, pensei no preparo físico de Cristo. Porque o caminho não seria fácil.
1º DIA - Cenário urbano fica para trás e entro no mato
A trilha começou às 7h em um hotel na cidade antiga de Nazaré. Os vendedores ainda dormiam, e as ruas estreitas eram flanqueadas pelas grades de ferro que cobriam as entradas das lojas. A caminhada seguiu por 460 longos degraus até o topo da montanha, de onde se via a paisagem. Destinos distantes. Mas o ponto final, Cafarnaum, não estava à vista.
O cenário urbano logo ficou para trás. A estrada desceu a ribanceira, cruzou uma rodovia e me jogou no mato. Às 9h, cheguei às ruínas de Séforis, possível berço de Ana, avó de Jesus Cristo.
Dali, o caminho era logo coberto pelas árvores de uma floresta de coníferas. Por ali passava, na Antiguidade, um importante aqueduto romano. Passei também. Às 11h30, estava em Mash'had, terra do profeta Jonas –aquele que, diz o texto bíblico, foi engolido por um grande peixe.
Começava, ali, um longo trecho de casebres árabes. Um vale adiante, visitei Caná, onde a Bíblia relata a transformação da água em vinho –para mim, em vez de um milagre, ali foi lugar do calvário do Sol e da fome.
Na saída de Caná, já diante de uma trilha de terra, encontrei minha própria revelação: um pequeno camaleão de olhos esbugalhados que consegui segurar nas mãos. Pensei em levá-lo comigo. Ocorreu-me que seria ilegal. Nós nos despedimos ali.
O primeiro dia acabou cedo. Às 15h, visitando a comunidade israelense de Ilaniya, já não tinha forças. Hospedei-me em uma fazenda de cabras e dormi à tarde, em uma cabana coberta por ramos de um pé de maracujá.
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2º DIA - Em trecho sem sombra, oliveiras me protegem do sol
O segundo dia foi a demonstração de uma natureza cruel. Depois de subir as montanhas do kibutz Lavi, vi finalmente o mar da Galileia, ao longe. Descansei nos Chifres de Hattin, onde os exércitos de Saladino derrotaram os cruzados europeus, em uma das batalhas mais épicas da região. Então veio o sol de 35°C. Sem sombra.
Deitei em um banco no santuário de Nabi Shuaib, túmulo do sogro de Moisés. Os drusos, povo de uma antiga e inacessível religião monoteísta, peregrinam até ali. Eu só pensava nos sintomas de uma insolação e em quando seria a hora de pedir ajuda.
Com esforço, e me escondendo embaixo de oliveiras, cheguei à comunidade de Arbel às 16h. Amir, de quem aluguei um quarto –fiz a reserva por telefone, no mesmo dia–, me recebeu com água gelada. Um banho frio finalmente me acalmou. Jantei às 18h. Dormi.
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3º DIA - Após trilha quase suicida, larguei a mochila e mergulhei no lago
Apavorado pelo sol, acordei no terceiro dia às 5h. O primeiro raio de luz me colocou na estrada, me levando ao topo da montanha de Arbel –quebrada ao meio por um terremoto. A trilha, quase suicida, levava precipício abaixo entre pedras e a vertigem. Às 8h, estava no sopé.
Reabasteci as garrafas com três litros da água do vale da Pomba, que corre entre as duas faces da montanha rachada. Um pouco adiante, andando nas margens do mar da Galileia, já não temia o calor. Larguei a mochila e mergulhei no lago.
Então, um sorriso. Vi, atrás de um monte, a igreja da multiplicação dos peixes. Depois dela, uma placa para Cafarnaum. Mesmo sob a luz das 12h, os últimos quilômetros foram rápidos para mim.
Apenas um arranhão na perna, causado por plantas espinhentas, e uma dor muscular generalizada me lembravam aquela primeira ideia: Jesus estava em forma.

Fonte: Folha.com