segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Exigências da Ética

Dom Murilo S. R. KriegerArcebispo de São Salvador da Bahia, Primaz do Brasil

Em reação a periódicas notícias de escândalos, especialmente no campo político, crescem manifestações que procuram manter vivas as exigências da ética. A atual “Coalização pela Reforma Política-Partidária e Eleições Limpas”, com seu projeto de lei de iniciativa popular, é uma prova disso. O Evangelho ilumina esse esforço por um país ético, ao lembrar que há necessidade de critérios para que a vida humana seja bem conduzida. Se cada pessoa decidir guiar-se por suas próprias opiniões, na base do “Eu acho que”, a convivência nesta terra dos homens se tornará insuportável.

A mensagem cristã ilumina os comportamentos do ser humano, para que eles sejam éticos. Ela ensina, por exemplo, que o agir de cada pessoa ou grupo deve ser guiado pelo espírito de solidariedade, pois há um vínculo que une as pessoas entre si. Os problemas de cada um devem ser problemas de todos, na linha do que o apóstolo Paulo ensinava aos romanos: “Alegrai-vos com os que se alegram; chorai com os que choram” (Rm 12,15).
Outro critério ético extraído do Evangelho é a necessidade de se andar ao lado da verdade (“A verdade vos libertará”: Jesus Cristo) e a de buscá-la incessantemente. É bom o que é verdadeiro, e não simplesmente o de que cada um gosta. A liberdade de cada um está subordinada à verdade.
Um terceiro critério, que não pode ser esquecido: a abertura ao transcendente. A história do ser humano é marcada pela busca de Deus. Essa busca é comum a todas as pessoas, pertencentes a qualquer cultura. Somos, por natureza, seres religiosos. O desejo de Deus está escrito no coração humano desde o momento de sua criação. Criados por Deus, e feitos para Ele, não encontraremos a verdade e a felicidade senão nele. Podemos até nos esquecer dele; Ele, contudo, jamais se esquece de seus filhos e filhas. 
Um comportamento ético supõe: (1) um grande respeito por tudo aquilo que é público, superando-se a triste mentalidade e equivocada crença de que, se um bem é público, não é de ninguém, sendo permitido ao mais esperto tirar proveito dele em benefício próprio; (2) uma nova maneira de encarar a política, que deve ser a procura do bem da comunidade, e não de si próprio; (3) a busca da transparência e honestidade nos negócios, em oposição à generalizada mentalidade de que “É preciso levar vantagem em tudo”; (4) a subordinação da economia à ética – isto é, nem tudo o que dá maior lucro é melhor; melhor é o que favorece o crescimento da pessoa, e de todas as pessoas; (5) os limites que devem ser impostos aos meios de comunicação social, especialmente a TV. Isso pode ser dito de forma mais simples: nem todo programa é conveniente; não é porque um programa dá “ibope” que é válido, pois não se podem ignorar os valores da família, da criança, de cada pessoa (“Limite não é censura; bom senso não é burrice; e respeito não é repressão” – F. Verucci); (6) a consciência de que o exercício de qualquer profissão deve submeter-se a normas éticas, que têm como base a responsabilidade de todos e de cada um na busca do bem da coletividade.
Quando o ser humano não aceita princípios éticos acaba se tornando o lobo do próprio homem. E se o homem-lobo domina, nascem as guerras entre países, os desentendimentos dentro de um mesmo país e no interior de cada lar; crescem os muros que separam  as pessoas e surge um número crescente de grades de proteção. Onde cada qual faz o que gosta e o que quer, não é de se admirar que falte a paz e que se multipliquem as injustiças e as desigualdades.
Não será a hora de voltarmos nossa atenção para os dez Mandamentos? Eles não são uma simples lista de obrigações e proibições: são setas que nos indicam que caminhos são mais adequados para a boa convivência dos homens e mulheres com Deus e de cada um  com seus semelhantes.
Dito isso, compreende-se que há uma critério ético que é o fundamento de todo e qualquer comportamento – critério que foi assim expresso por Jesus Cristo: “Tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-o vós a eles” (Mt 7,12).
Fonte: CNBB

domingo, 28 de setembro de 2014

Matar em nome de Deus é sacrilégio! Discriminar em nome de Deus é desumano! - Papa aos líderes religiosos

Em sintonia com o que afirmara já de manhã às Autoridades e ao Corpo Diplomático, de tarde, no encontro com os líderes das diferentes religiões, na Universidade Católica, o Santo Padre advertiu “não é digno de Deus nem do homem” qualquer “uso distorcido da religião”. “Matar em nome de Deus é sacrilégio. Discriminar em nome de Deus é desumano”.

O Papa começou por recordar que a Albânia foi testemunha das inúmeras violências e dramas que pode causar a exclusão forçada de Deus da vida pessoal e comunitária. 


Quando se pretende, em nome duma ideologia, expulsar Deus da sociedade, acaba-se adorando ídolos, e bem depressa o próprio homem se sente perdido, a sua dignidade é espezinhada, os seus direitos violados. 


É conhecida “a brutalidade a que pode conduzir a privação da liberdade de consciência e da liberdade religiosa – observou o Papa - e como desta ferida se gera uma humanidade radicalmente empobrecida, porque fica privada de esperança e de ideais de referimento. 


As mudanças ocorridas nos últimos 25 anos – reconheceu o Papa – permitiram criar as condições para uma efectiva liberdade de religião, tornando possível a cada comunidade reavivar as próprias tradições e contribuir para a reconstrução moral do país. Neste contexto, o Papa Francisco recordou o que afirmou João Paulo II na sua visita à Albânia em 1993:


«a liberdade religiosa... não é apenas um precioso dom do Senhor para quantos têm a graça da fé: é um dom para todos, porque é garantia basilar de qualquer outra expressão de liberdade… Nada como a fé nos recorda que, se tivermos um único Criador, somos também todos irmãos! A liberdade religiosa é assim um baluarte contra os totalitarismos e um contributo decisivo para a fraternidade humana» 
O mesmo João Paulo II recordou nessa ocasião que «a verdadeira liberdade religiosa protege das tentações da intolerância e do sectarismo, e promove atitudes de diálogo respeitoso e construtivo» 


Não podemos deixar de reconhecer como a intolerância, com quem tenha convicções religiosas diferentes das próprias, seja um inimigo particularmente insidioso, que hoje infelizmente se está a manifestar em várias regiões do mundo. 

Como crentes – observou ainda o Papa Francisco - há que estar particularmente vigilante para que a religiosidade e a ética que vivemos com convicção e que testemunhamos com paixão se exprimam sempre em atitudes dignas daquele mistério que pretendemos honrar, rejeitando decididamente como não verdadeiras – porque não são dignas de Deus nem do homem – todas as formas que constituem um uso distorcido da religião. 


A religião autêntica é fonte de paz e não de violência. Ninguém pode usar o nome de Deus, para cometer violência. Matar em nome de Deus é um grande sacrilégio. Discriminar em nome de Deus é desumano. 

A liberdade religiosa – fez notar o Papa - não é um direito que se possa garantir apenas pelo sistema legislativo, aliás necessário; “a liberdade religiosa é um espaço comum, um ambiente de respeito e colaboração que deve ser construído com a participação de todos, incluindo aqueles que não têm qualquer convicção religiosa.”
Neste contexto, recordou “duas atitudes que - disse - podem ser de particular utilidade na promoção desta liberdade fundamental. 


A primeira é ver em cada homem e mulher – mesmo naqueles que não pertencem à tradição religiosa própria –, não rivais e menos ainda inimigos, mas irmãos e irmãs. Quem está seguro das próprias convicções não tem necessidade de se impor, de exercer pressões sobre o outro: sabe que a verdade tem a sua própria força de irradiação. 


No fundo, todos somos peregrinos sobre esta terra e, nesta nossa viagem… não vivemos como entidades autónomas e auto-suficientes – quer se trate de indivíduos, quer de grupos nacionais, culturais ou religiosas – mas dependemos uns dos outros, estamos confiados aos cuidados uns dos outros.


Uma segunda atitude é o compromisso a favor do bem comum. Sempre que a adesão à própria tradição religiosa faz germinar um serviço mais convicto, mais generoso, mais altruísta à sociedade inteira, verifica-se um autêntico exercício e crescimento da liberdade religiosa.

Convidando a olhar ao redor, o Papa recordou "as inúmeras necessidades dos pobres" e "quanto precisam ainda as nossas sociedades de encontrar caminhos para uma justiça social mais ampla, para um desenvolvimento económico inclusivo!” Ora, “homens e mulheres inspirados pelos valores das próprias tradições religiosas podem oferecer uma contribuição não só importante mas insubstituível. Este é um terreno particularmente fecundo também para o diálogo inter-religioso. 


Queridos amigos, exorto-vos a manter e desenvolver a tradição de boas relações, existente na Albânia, entre as comunidades religiosas e a sentir-vos unidos no serviço à vossa amada pátria. Continuai a ser sinal para o vosso país – e não só para ele – da possibilidade de relações cordiais e de fecunda colaboração entre pessoas de religiões diferentes. E rezai também por mim. Deus vos abençoe!

Fonte: Rádio Vaticano

sábado, 27 de setembro de 2014

Eilat do Norte

O ponto mais extremo do sul israelense, que faz fronteira com Egito e Jordânia, é o balneário de Eilat. Seu calor infernal permite aos locais e turistas, do mundo inteiro, pegar praia sempre, inclusive no inverno. Os vários hotéis da cidade movimentam milhões de shekalim por ano. Zona livre de impostos, costuma atrair também consumidores de eletrodomésticos.
De carro, a viagem, da região central até lá, dura por volta de quatro horas. De ônibus, cinco. Há vários voos diários, saindo de Tel Aviv.
A beleza de Eilat, banhada pelo Mar Vermelho, é prejudicada pela distância. Para o israelense comum, até Jerusalém-Tel Aviv já é uma viagem (40 minutos, sem trânsito). É verdade que muitos jovens se reúnem, alugam apartamento, van e passam boa parte das férias lá. Famílias aproveitam mais feriadões, como Pessach (Páscoa Judaica, em março-abril), Sucot (Festa dos Tabernáculos – fim de setembro-outubro) ou Chanuka (dezembro).
Para período curto, apenas fim de semana, há procura, mas somando o preço do avião, fica caro para o pessoal. Qual a solução tomada? Até pensaram em esticar a linha de trem até lá, mas o custo era alto. O projeto ainda está em andamento. Então, resolveram fazer uma Eilat mais perto.
Nahariya se localiza no litoral norte, onde o trem chega. Saindo de Tel Aviv, a viagem de carro dura duas horas, no máximo. O município tem aproximadamente 60 mil habitantes. A avenida beira-mar tem calçadão, circundado por restaurantes, quadras esportivas e hotéis. O Mar Mediterrâneo, mesmo com suas águas quentes, não recebe tantos banhistas no inverno, como no Mar Vermelho, mas garante a diversão das famílias.
Toda a estrutura montada, ao longo dos anos, foi para criar alternativa a longínqua Eilat, mas não foi possível substituí-la. Entretanto, Nahariya é um dos pontos preferidos do turista interno, que deseja descansar, curtir e não gastar tanto. A comida e praia são de primeira. Quem conhece, sabe, mas o povo ainda escolhe a cidade do sul. Não tem problema. Fica uma opção a mais.
Na década passada, boa leva de judeus argentinos veio morar em Nahariya. Escapando da crise financeira que assolou o país sulamericano, encontraram um paraíso, apenas dez quilômetros distante de Rosh HaNikrá, ponto turístico que faz fronteira com o Líbano.
Eilat ou Nahariya? As duas são maravilhosas, mas hoje prefiro a do norte, porque é mais barata, mais perto, posso ir de trem, sem deixar de aproveitar as belezas de sua praia, ficando em um baita hotel.

Fonte: Conexão Israel

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Papa criou Comissão para reforma do processo matrimonial

Segundo confirmou a Sala de Imprensa da Santa Sé, no mês passado o Santo Padre assinou o ato de criação da uma Comissão Especial de estudo para a reforma do processo matrimonial. 

Esta Comissão será presidida por Dom Pio Vito Pinto, Decano do Tribunal da Rota Romana, e será composta pelos seguintes membros: Cardeal Francesco Coccopalmerio, Presidente do Pontifício Conselho para os Textos Legislativos; Dom Luis Francisco Ladaria Ferrer, Secretário da Congregação para a Doutrina da Fé; Dom Dimitrios Salachas, Exarca Apostólico para os católicos gregos de rito bizantino; o Rev. Mons. Maurice Monier, Leo Xavier Michael Arokiaraj e Alejandro W. Bunge, Prelados Auditores do Tribunal da Rota Romana; o Rev. Nikolaus Schöch, O.F.M., Promotor Substituto do Supremo Tribunal da Signatura Apostólica; o Rev. P. Konštanc Miroslav Adam, OP, Reitor da Pontifícia Universidade de São Tomás de Aquino (Angelicum); o Rev. P. Espinoza Jorge Horta, OFM, Decano da Faculdade de Direito Canónico da Pontifícia Universidade Antonianum; e o Prof. Paolo Moneta, ex-professor de Direito Canónico na Universidade de Pisa. 

Os trabalhos da Comissão especial iniciarão quanto antes e terão como objetivo elaborar uma proposta de reforma do processo matrimonial, procurando simplificar o procedimento, tornando-o mais ágil e salvaguardando o princípio da indissolubilidade do matrimónio.

Fonte: Rádio Vaticano

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Aplicativo israelense melhora vista cansada

“GlassesOff”, um aplicativo inventado em Israel, tem como objetivo ajudar a melhorar a visão das pessoas da faixa etária entre 40 e 60 anos com um game simples, que pode ser usado (ou jogado) duas vezes por semana, durante 15 minutos por sessão. O aplicativo é baseado em pesquisa da Universidade de Tel Aviv, publicada em “Scientific Reports”, que mostra que a presbiopia não é causada pela opacidade visual, como se pensava anteriormente, mas pelo processamento prolongado da imagem do cérebro.
Depois de um diagnóstico inicial para determinar que tipo de problemas de visão a pessoa tem, o aplicativo cria um regime de treinamento personalizado. Durante um período de dois a três meses, o usuário trabalha para estimular o córtex visual. “Conforme se envelhece, são necessárias letras maiores e mais espaço entre elas para se ler claramente. Mas se você está tentando ler um livro, esta opção nem sempre é disponível, e óculos de leitura são a escolha inevitável. O aplicativo deve produzir resultados em 80% dos casos “, afirmou Nimrod Mader, diretor do GlassesOff.

Fonte: B’nai B’rith Brasil

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

A tarefa do cristão não tem limites

Dom Eurico dos Santos Veloso
Arcebispo Emérito de Juiz de Fora (MG)
Os três versículos da segunda leitura do vigésimo terceiro domingo do Tempo Comum são marcados pelo tema do amor enquanto cumprimento da Lei. O amor é a raiz de tudo o que deve ser feito e o modo pelo qual tudo deve ser feito. Paulo sintetiza isso em uma frase lapidar: “Não tenham nenhuma dívida para com ninguém, a não ser a de se amarem unas aos outros”.

Diante disso, nós nos perguntamos: essa dívida que contraímos com o nosso próximo é pagável ou impagável? Temos crédito ou débito? A resposta a essa questão fica mais clara à luz do tema central da carta aos Romanos. E o tema central é este: a humanidade toda tinha, em relação a Deus, uma dívida que jamais poderia saldar, pois o ser humano não reunia condições para se salvar ou se justificar por força própria ou em vista de seus méritos. Então, Deus intervém com a grande novidade: Ele anistia a humanidade inteira, salvando-a em Cristo Jesus, morto e ressuscitado. Para a humanidade, não resta senão um gesto capaz de responder a esse amor inesperado e extraordinário, ou seja, acreditar em Jesus e procurar responder, com a mesma intensidade, ao amor que Ele manifestou.
São Paulo mostra em que consiste amar a Deus e a seu Filho Jesus: “Quem ama o próximo, cumpriu a Lei. De fato, os mandamentos: Não cometerás adultério, não matarás, não furtarás, não cobiçarás, e todos os outros, estão reunidos nesta palavra: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.”
Note-se que, em todo esse trecho, não se menciona Deus. Tem-se a impressão de que esteja faltando algo, mas não está, porque não há muitas formas de amarmos a Deus. Na verdade, há uma só, que é amando o próximo, cada pessoa, do jeito que ela é, pois sabemos que ninguém escolhe o próximo para amá-lo. Ele simplesmente se apresenta como dom de Deus e também como desafio à nossa capacidade de amar. Nesse sentido, todos somos devedores de uma dívida impagável, a não ser que sejamos capazes de gestos gratuitos como os de Jesus, que se entregou totalmente por amor.
Fonte: CNBB

domingo, 14 de setembro de 2014

Insultar não é um ato cristão, afirma Francisco

“Vocês sabem que as palavras matam: quando falo mal, isso é matar a fama do outro”, afirmou.
Milhares de fiéis e peregrinos rezaram com o Papa Francisco, na Praça São Pedro, o Ângelus dominical. Antes da oração mariana, o pontífice comentou o Evangelho deste domingo, extraído do capítulo 18 de Mateus, que apresenta o tema da correção fraterna na comunidade dos fiéis.
Jesus, explicou o Papa, nos ensina que se o meu irmão comete um pecado contra mim, eu devo ter caridade para com ele e, antes de tudo, falar pessoalmente com ele, explicando-lhe que o que ele disse ou fez não é bom. Se o irmão não me ouve, Jesus sugere uma ação progressiva: primeiro, volta a falar com ele com outras duas ou três pessoas; se, não obstante isso, não acolhe a exortação, é preciso dizer à comunidade; e se não ouve sequer a comunidade, é preciso fazer com que sinta a fratura e o distanciamento que ele mesmo provocou.
Todavia, advertiu Francisco, neste itinerário é preciso evitar o clamor da fofoca da comunidade. A atitude é de delicadeza, prudência, humildade, atenção para com quem pecou, evitando que as palavras possam ferir e matar o irmão. “Vocês sabem que as palavras matam: quando falo mal, faço uma crítica injusta, isso é matar a fama do outro”. Ao mesmo tempo, esta discrição tem a finalidade de não mortificar inutilmente o pecador. O objetivo é ajudar o irmão a perceber o que ele fez. Isso também nos ajuda a nos libertar da ira e do ressentimento que nos fazem mal e que nos levam a insultar e a agredir. “Isso é feio. Nada de insultos. Insultar não é cristão”.
Na realidade, recordou o Pontífice, diante de Deus somos todos pecadores e necessitados de perdão. Jesus, de fato, nos disse para não julgar. A correção fraterna é um serviço recíproco que podemos e devemos fazer uns aos outros. E é possível e eficaz somente se cada um se reconhece pecador e necessitado do perdão do Senhor. A mesma consciência que me faz reconhecer o erro do outro, antes ainda me lembra que eu mesmo errei e erro tantas vezes.
“Por isso, no início da Santa Missa, todas as vezes somos convidados a reconhecer diante do Senhor que somos pecadores, expressando com as palavras e os gestos o sincero arrependimento do coração. E o pedimos para nós, “Senhor, tende piedade de mim”, e não “Senhor, tende piedade dessa pessoa que está a meu lado”.
Entre as condições que são comuns dos que participam da celebração eucarística, duas são fundamentais, ressaltou o Papa: todos somos pecadores e a todos Deus doa a sua misericórdia. “Devemos nos lembrar sempre disso antes de corrigirmos fraternalmente o nosso irmão.”
Por fim, Francisco recordou que na segunda-feira, 08 de setembro, celebra-se liturgicamente a Natividade de Nossa Senhora, pedindo aos fiéis que, assim que acordarem, dirijam seu pensamento a Ela, como um filho cumprimenta sua mãe no dia do seu aniversário.

Fonte: Rádio Vaticano

sábado, 13 de setembro de 2014

Uma camiseta israelense que monitora o coração e salva vidas

A camiseta israelense hWear da HealthWatch que realiza eletrocardiogramas (ECG), monitora o coração por meio de sensores que leem os sinais vitais e informam os médicos sobre a saúde do paciente.

A empresa israelense é uma das primeiras no mundo a comercializar uma camiseta que pode ler frequência cardíaca, pressão arterial, irregularidades cardíacas e outros sinais vitais. A velocidade é o foco: os dados são gerados em tempo real e chegam ao médico imediatamente, permitindo o acompanhamento de pacientes cardíacos remotamente, sem a necessidade de conectá-los a um dispositivo em um consultório.

A HealthWatch inaugurou a sua linha hWear na reunião anual da Associação Americana de Telemedicina recentemente. A camiseta é feita com fios de algodão ou fios sintéticos padrão, com eletrodos especiais extremamente finos que enviam sinais vitais via Bluetooth ou uma conexão Wi-Fi para um banco de dados em nuvem, onde são processados​​. Caso algo anormal seja detectado, os médicos do paciente são alertados e um protocolo de tratamento pode ser iniciado imediatamente.

“Nossas camisetas hWear medem os sinais vitais com a mais alta qualidade sem adesivos, géis ou preparações depilatórias tanto para homens quanto para mulheres. As roupas são laváveis ​​na máquina e compatíveis com a maioria dos sistemas de telemetria cardíaca”, de acordo com Uri Amir, Diretor-Presidente da HealthWatch.
Atualmente, as camisetas estão registradas no FDA como dispositivos de Classe I, mas a empresa está entrando com um pedido para “atualizá-las” para dispositivos de Classe II para que elas possam ser utilizadas, também, ​​em ambientes médicos profissionais.
“Ao contrário de outros produtos que informam apenas a frequência cardíaca, a nossa nova roupa de saúde é um verdadeiro dispositivo médico que monitora eletrocardiogramas completos com 15 condutores junto com outros sinais vitais fisiológicos. Ela mudará o futuro do monitoramento pessoal oferecendo tranquilidade contínua aos usuários – onde quer que o estilo de vida deles os levem”.
A Intel considera a wearable technology - uma tecnologia que pode ser vestida - uma das mais importantes para os próximos anos. Neil Cox da Intel Europa diz, “Esperamos que 500 milhões de peças de wearable technology sejam vendidas anualmente até o final da década. ”. A Intel encara a wearable technology como uma tecnologia que agradará a uma ampla variedade de pessoas – não apenas aqueles sob constante supervisão médica.

Fonte: Missão Econômica de Israel no Brasil

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Papa: Fofoca é pecado!

Retomando o ciclo de catequeses sobre a Igreja, Francisco refletiu sobre a profissão de fé e o ‘Credo’, ressaltando a importância de sermos “artífices de paz e reconciliadores” em nossas comunidades.
“A Igreja é una e santa – como professamos no Credo –, mas esta unidade e santidade não são obra nossa; elas vêm de Deus. Na verdade, Jesus, quando estava para oferecer a sua vida por nós, rezou ao Pai pela unidade da Igreja, pedindo que todos os seus discípulos vivessem unidos com a Santíssima Trindade e uns com os outros”, iniciou o Papa.
“A Igreja também é santa, pois è fundada em Jesus Cristo, animada pelo seu Espírito e repleta de seu amor e de sua salvação. Ao mesmo tempo, porém, é composta por pecadores, com suas fragilidades e misérias. Portanto, a fé que professamos deve nos levar à conversão, a termos a coragem de viver todos os dias a unidade e a santidade que provêm de Deus”.
Diz-se que os crentes da Igreja primitiva formavam “um só coração e uma só alma” e São Paulo não se cansava de lembrar aos fiéis das suas comunidades que todos são “um só corpo”.
“Entretanto – lembrou o Pontífice – a experiência mostra-nos que há tantos pecados contra a unidade; e não pensemos apenas nas heresias ou nos cismas, mas em faltas muito mais comuns, nos pecados “paroquiais”: com efeito, as nossas paróquias, chamadas a ser lugares de partilha e comunhão, infelizmente parecem marcadas por invejas, ciúmes, antipatias. Como se faz fofoca nas paróquias! Isto não è Igreja, não se faz! É verdade que isso é humano, mas não é cristão!”.
Falando diretamente aos fiéis, o Papa Francisco disse que “isto acontece quando almejamos o primeiro lugar; quando colocamo-nos no centro de tudo e com nossas ambições pessoais e nosso modo de ver as coisas, julgamos os outros; quando olhamos aos defeitos de nossos irmãos, ao invés de suas virtudes; quando damos mais peso ao que nos divide do que ao que nos une…”.
O Papa citou o exemplo de uma senhora que conheceu em uma diocese em que esteve no passado. Esta pessoa, que nunca falava mal de ninguém, “poderia ser canonizada amanhã”, disse, sorrindo.
“A divisão é um dos pecados mais graves numa comunidade cristã, porque a torna sinal, não da obra de Deus, mas da obra do diabo. O diabo é, por definição, aquele que divide, arruína as relações, insinua preconceitos e suspeitas; Deus, ao invés, quer que cresçamos na capacidade de nos acolhermos, perdoarmos e amarmos, para nos parecermos cada vez mais com Ele, que é comunhão e amor. Nisto está a santidade da Igreja: reconhecer-se feita à imagem de Deus, repleta da sua misericórdia e da sua graça”.
O Papa convidou todos, no final da catequese, a pedir sinceramente perdão por todas as vezes “em que criamos divisões ou incompreensões em nossas comunidades, bem sabendo que não existe comunhão sem uma contínua conversão”.
Antes de conceder a benção apostólica, o Papa se dirigiu aos peregrinos cubanos, lembrando que quinta-feira, 28 de agosto, será colocada nos Jardins do Vaticano uma imagem da Virgem da Caridade do Cobre, padroeira da ilha. Francisco cumprimentou carinhosamente os fiéis presentes para esta ocasião, recomendando que levem sua benção a todos os cubanos.
Enfim, dedicou algumas palavras à memória de Santa Mônica, mãe de Santo Agostinho, no dia de sua festa litúrgica: “Que seu amor pelo Senhor indique a vocês, jovens, a centralidade de Deus em sua vida; encoraje vocês, queridos doentes, a enfrentar com fé os momentos de sofrimento e incentive vocês, queridos noivos, a educar de modo cristão os filhos que o Senhor lhes doará”.
Fonte: Rádio Vaticano

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Israel assina acordo histórico de 15 biliões de dólares para o fornecimento de gás natural à Jordânia

Israel assinou ontem um acordo de 15 anos para o fornecimento de gás natural ao reino hashemita da Jordânia, tornando-se dessa forma o maior fornecedor de gás à Jordânia.
O gás natural que Israel irá fornecer ao vizinho jordano será extraído do campo energético marítimo "Leviathan" ao largo da costa israelita.
Este é o maior contrato alguma vez realizado entre os 2 países, tornando a partir de agora a Jordânia o maior importador do gás natural israelita. O valor total ascende a 15 biliões de dólares.
Os Estados Unidos estiveram também por trás deste acordo, bem como as duas principais companhias de gás envolvidas na exploração do mesmo em águas israelitas (o Delek Group Ltd e aNobel Energy Inc).
Israel está a tornar-se actualmente numa super-potência energética, podendo assim suprir as necessidades energéticas dos seus vizinhos árabes.
No ano passado Israel decidiu exportar até 40% de todo o seu gás natural, tendo desde então assinado um contrato de 1,2 biliões de dólares com uma empresa palestiniana, com a duração de 20 anos, tendo em Junho passado assinado também uma carta de intenções com outra empresa egípcia.

ISRAEL: A NOVA POTÊNCIA ENERGÉTICA MUNDIAL
Israel começou em 2013 a bombear gás natural a partir das reservas "Tamar"  - descobertas em 2009 e localizadas a cerca de 90 kms a oeste de Haifa - e que contêm aproximadamente 8,5 triliões de pés cúbicos de gás natural.
Para além das reservas do campo energético "Tamar", foi descoberto em 2010 um depósito ainda maior, contendo entre 16 a 18 triliões de pés cúbicos de gás natural, o campo "Leviathan", a cerca de 130 kms a ocidente de Haifa, esperando-se que se torne operacional em 2016.
Estas descobertas levarão Israel a passar da condição de importador para um dos maiores produtores de gás natural à escala mundial. 

CUMPRIMENTO DE ANTIGA PROFECIA
Estas descobertas vêm confirmar a veracidade das profecias bíblicas e o cumprimento exacto das mesmas, ainda que a um prazo muito dilatado no tempo!
Cerca de 3.500 anos depois da profecia feita pelo patriarca Jacob ao seu filho José, através da qual as suas terras conheceriam fabulosas riquezas materiais "...o Deus Todo Poderoso te abençoará com bênçãos dos altos céus, com bênçãos do abismo que está embaixo..." (Génesis 49:25). O texto de Deuteronómio 33:13 ainda é mais claro, quando especifica que as bênçãos do abismo estão debaixo das águas: "..com as águas do abismo que jaz abaixo."

Sabe-se que a tribo de José foi durante o Êxodo dividida entre outras duas - Efraim e Manassés - e, olhando para o mapa da distribuição das 12 tribos de Israel, comprovar-se-à facilmente que as águas marítimas ao largo do território destas 2 tribos são exactamente as mesmas onde estão situados estes 2 grandes campos energéticos de gás natural israelita:Tamar e Leviathan!
Os propósitos e promessas de Deus estão-se cumprindo diante dos nossos olhos!

Fonte: Shalom, Israel

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Sansão e Dalila

Dom Urbano Allgayer
Bispo emérito de Passo Fundo (RS)

A desgraça sobreveio a Sansão através de uma mulher fatal. Casou-se com Dalila, filisteia, traidora. Por muitas carícias e rogos conseguiu dele revelar-lhe o segredo de sua força. Nunca lhe haviam cortado o cabelo farto e volumoso. Era o segredo de sua força. Em combinação com os filisteus, Dalila fez dormir Sansão e os inimigos lhe cortaram as longas melenas. Dalila acordou-o exclamando: “Sansão, os inimigos estão aqui”. Ele se levantou, cerrou os punhos, mas sentiu-se fraco sem força. Os filisteus vazaram-lhe os olhos e o puseram a mover as pedras de um moinho, em Gaza.

No entanto, seus cabelos iam crescendo e voltou-lhe a força. Um dia os filisteus estavam reunidos em festa, com três mil participantes. No fim do banquete resolveram divertir-se com Sansão, fazendo-o dançar. Como ele era cego, um menino o conduziu pela mão até duas colunas que sustentavam o edifício. Sansão pediu-lhe que colocasse as mãos uma em cada coluna. Em seguida invocou a Deus, rogando: “Senhor, dá-me força ainda uma vez”. Em seguida sacudiu com força as duas colunas, uma com a direita, outra com a esquerda. O templo, neste instante, estremeceu como um terremoto, desabou e esmagou toda a assembleia. Assim Sansão matou mais inimigos por ocasião de sua morte do que durante a sua vida (Cf. livro dos Juízes 13,1 - 31).
Sansão, palavra hebraica, significa “pequeno sol ou filho do povo” (Pr Evandro de Souza Lopes – Os nomes bíblicos e seus significados, p.123). Trata-se de um justiceiro bíblico, “juiz de Israel”, que trava guerra isolada, sem exército, contra inimigos do povo bíblico. “Propósito do compilador é tornar claro que este improvável bandido homicida foi o instrumento através do qual Jahvé ajudou o seu povo. É assim transfigurado que Sansão é citado em Hebreus 11,32 como um herói da fé (John L. Mackenzie, Dicionário Bíblico, Ed. Paulinas, 1984, p. 847). Afinal, ele deu a própria vida pelo seu povo, segundo a “lei do talião”.
 Fonte: CNBB