quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Primeiro consistório de Francisco debaterá o tema da família

O papa Francisco anúnciou que reunirá o Colégio Cardinalício para debater o tema da família. O consistório está marcado para o dia 22 de fevereiro, no Vaticano, data em que se celebra a Festa da Cátedra de São Pedro. Na cerimônia, os nomeados receberão o título, o capelo e o anel.
Entre os 19 cardeais nomeados, estão dom Lorenzo Baldisseri que por quase dez anos foi núncio apostólico no Brasil e o brasileiro, dom Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro (RJ).
Este será o primeiro consistório de Francisco com a presença dos novos cardeais. A última convocação para a criação de cardeais foi em novembro de 2012, pelo papa emérito Bento XVI. “Rezemos pelos novos cardeais a fim de que, revestidos da virtude e do sentimento do Senhor Jesus, o Bom Pastor, possam ajudar cada vez mais eficazmente o bispo de Roma no seu serviço à Igreja Universal", disse o papa Francisco aos fiéis reunidos na Praça de São Pedro.

Evangelização da família
Nos dias anteriores ao Consistório, 20 e 21 de fevereiro, o papa com todos os cardeais irão refletir sobre a realidade da família. A iniciativa de Francisco antecede os trabalhos do Sínodo dos Bispos que será realizado de 5 a 19 de outubro, durante o qual serão abordados os desafios pastorais da família, no contexto da evangelização.  No ano passado, o papa enviou às paróquias de todo o mundo o “Documento Preparatório” do próximo sínodo com 35 questões sobre a família, esperando contar com as contribuições das comunidades.
No domingo, 23 de fevereiro, o papa presidirá a celebração da missa com os novos cardeais. Conheça os nomeados:
1 – Dom Pietro Parolin, secretário de Estado.
2 – Dom Lorenzo Baldisseri, secretário geral do Sínodo dos Bispos.
3 - Dom Gerhard Ludwig Muller, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé.
4 – Dom Beniamino Stella, prefeito da Congregação per o Clero.
5 – Dom Vincent Nichols, arcebispo de Westminster (Grã Bretanha).
6 – Dom Leopoldo José Brenes Solórzano, arcebispo de Manágua (Nicarágua).
7 – Dom Gérald Cyprien Lacroix, arcebispo de Québec (Canadá).
8 – Dom Jean-Pierre Kutwa, arcebispo de Abidjã (Costa do Marfim).
9 – Dom Orani João Tempesta, O.Cist., arcebispo do Rio de Janeiro (Brasil).
10 – Dom Gualtiero Bassetti, arcebispo de Perúgia-Città della Pieve (Itália).
11 – Dom Mario Aurelio Poli, arcebispo de Buenos Aires (Argentina).
12 – Dom Andrew Yeom Soo jung, arcebispo de Seoul (Coreia).
13 – Dom Ricardo Ezzati Andrello, S.D.B., arcebispo de Santiago do Chile (Chile).
14 – Dom Philippe N. Ouédraogo, arcebispo de Ouagadougou (Burquina Faso).
15 – Dom Orlando B. Quevedo, O.M.I., arcebispo de Cotabato (Filipinas).
16 – Dom Chibly Langlois, bispo de Les Cayes (Haiti).

O Papa também criou cardeal 3 arcebispos eméritos:
1 – Dom Loris Francesco Capovilla, arcebispo emérito de Mesembria.
2 – Dom Fernando Sebastián Aguilar, C.M.F., arcebispo emérito de Pamplona.
3 – Dom Kelvin Edward Felix, arcebispo emérito de Castries

Colégio cardinalício
De acordo com informações do Vaticano, o papa seguiu a regra dos 120 cardeais eleitores com menos de 80 anos, nomeando 16 novos eleitores. São arcebispos ou bispos residenciais de países diferentes. O Brasil possui importante representatividade no Colégio Cardinalício e passará a ter 10 cardeais. Atualmente, são quatro eleitores: dom Raymundo Damasceno Assis, dom João Braz de Aviz, dom Cláudio Hummes e dom Odilo Pedro Scherer. Cindo não-eleitores:  dom Geraldo Majella Agnelo, dom Serafim Fernandes de Araújo, dom Paulo Evaristo Arns, dom José Freire Falcão e dom Eusébio Oscar Scheid.
Fonte: CNBB

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Descoberta em Israel linha ferroviária que ligava o país a Damasco

Depois de 12 anos de pesquisa, um historiador amador encontrou uma antiga linha de trem  construída pelos otomanos em 1905, conhecida como Valley Train, que unia Damasco, a capital da Síria, ao território da então Palestina - hoje Israel
Yehuda Levanoni, de 71 anos, descobriu o mecanismo de fazer o trem mudar de posição, que estava enterrado. Originalmente, essa linha era um ramal que ligava Haifa e o Vale Jezreel à ferrovia Hejaz, que por sua vez ligava Damasco a Medina. 
A linha continuou operando depois da queda do Império Otomano, em 1918, até o fim do mandato britânico na Palestina, em 1948.  
Fonte: Jornal do Brasil


segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Libertar

Dom José Alberto Moura
Arcebispo de Montes Claros (MG)

Há grupos e pessoas que pedem a Deus  cura e libertação. Este verbo libertar é pleno de significados diferentes. Há, porém, algo fundamental comum, ou seja, sair de uma prisão, seja física, psíquica, moral ou espiritual.  O próprio Jesus veio para nos libertar do pecado e da morte para a felicidade plena.
Mas a libertação, seja qual for, só se dá quando se tem real possibilidade de sair da prisão, com suas realidades diversificadas. Aliás, as prisões em que ficam confinadas as pessoas que cometeram delitos, infringindo a lei civil, são verdadeira denúncia de que o mal causado não é modificado com o revanchismo da pena na situação das prisões brasileiras. Até se gastaria menos dinheiro se houvesse real punição corretiva e eficaz com penalizações educativas.
O profeta Isaías toca no cerne da libertação no sentido mais amplo para a humanidade, que resolveria toda a injustiça humana em relação à própria humanidade, inclusive com justiça social, através da justiça que Deus,  libertador, deverá trazer à terra: “Eu, Javé, chamei você para a justiça... e o coloquei como aliança de um povo e luz para a nações... para tirar os presos da cadeia e do cárcere os que vivem no escuro... Recuarão cobertos de vergonha aqueles que confiam nos ídolos!” (Isaías 42,6.7.17).  Desde que o homem resolveu colocar a si ou os ídolos no lugar de Deus, encaminha-se para sua ruína. Estraga a natureza, exclui  grandes parcelas de uma vida digna, acumula riquezas e o  fruto do desenvolvimento para benefício de minorias. Usa, muitas vezes,  a política para desmandos e desserviço à sociedade. Endeusa os prazeres, prestígio  e coisas materiais, desrespeita a ética, a família e os mais frágeis...
O Filho de Deus veio trazer a libertação no sentido pleno, a partir do coração idolátrico, para a alteridade do verdadeiro amor. As conseqüências para quem o aceita são de verdadeira libertação. Esta não é um simples conceito nem algo teórico ou puramente vertical. É uma linha de entrecruzamento entre o humano e o divino. Sozinho o humano não consegue ser justo no equilíbrio de amor com Deus e o semelhante. Jesus veio dar força ao humano a fim de que seu esforço ganhe a dimensão sobrenatural do amor de Deus. Com o Divino Mestre o ser humano é capaz de regenerar-se sobrenatural e naturalmente falando.
A libertação se dá ao nível da graça de Deus e da justiça horizontal nas relações sociais. É possível, então, uma nova ordem social, devido à libertação da prisão do ser humano em seu egoísmo ou pecado. Sozinhos não conseguimos sair das amarras das prisões egoístas de nosso eu. A libertação trazida pelo Filho de Deus faz-nos ser novas criaturas para exercermos a libertação nas interrelações, com a promoção da libertação social. Deus quer-nos livres e formando um mundo novo, em que cada ser humano seja amado, respeitado, promovido e incluído na convivência justa e fraterna.
Enquanto houver alguém sofrendo e injustiçado não podemos deixar de fazer nossa parte, como pessoas libertadas por Cristo, para darmos de nós em bem de quem precisa. A vida em Cristo não é só a de dar comida, nem só a de dar palavras bonitas. É a de dar ambas, nas realidades diferenciadas, nas distintas vocações e possibilidades, para que todo ser humano seja tratado como irmão e filho de Deus.
Fonte: CNBB