segunda-feira, 4 de agosto de 2014

JMJ Rio 2013. Um ano depois

Cardeal Odilo Pedro Scherer
Arcebispo de São Paulo
Estamos a um ano da Jornada Mundial da Juventude do Rio de Janeiro (JMJ-Rio 2013). Impossível não recordar os momentos marcantes da preparação daquela Jornada e a beleza daquele Encontro.

A peregrinação do ícone de Nossa Senhora e da cruz, sinais da Jornada, durante mais de um ano, congregou um grande número de jovens por onde esses passaram, em todo o Brasil. Ajudaram a atrair os jovens pela própria força irradiadora daqueles sinais: a cruz de Cristo, recordando o mistério da nossa redenção e o amor infinito de Deus por nós; e o ícone, recordando a presença materna de Nossa Senhora com os discípulos e irmãos de Jesus, onde quer que eles se encontrem.
A semana missionária trouxe a percepção do rosto jovem da Igreja e do potencial missionário dos jovens; muitos jovens peregrinos vieram de outros países e se uniram aos de nossas comunidades para a partilha da fé e das experiências da missão e da vida cristã. Houve uma movimentação bonita, espalhando alegria e esperança juvenil por todo o Brasil.
E a Jornada propriamente dita, no Rio de Janeiro, quanta beleza e surpresa! A Cidade Maravilhosa ficou ainda mais bonita com tantos jovens circulando por toda parte com seus distintivos e camisetas coloridas! Será que o Rio de Janeiro viu em outra ocasião bandeiras de tantos países diversos agitadas pelas suas ruas e praças?! Quem esperava o caos, acabou sendo contagiado pelas manifestações festivas e ordeiras de jovens vindos de um grande número de países!
O papa Francisco trouxe vigor e profundidade à JMJ-Rio 2013. Com seus gestos marcantes e sua comunicação fácil chamou jovens e menos jovens para o foco da JMJ: devia ser uma peregrinação ao encontro de Cristo e dos irmãos. Ele próprio se fez peregrino e missionário de Jesus Cristo para ir ao encontro dos jovens.
A multidão de jovens na orla de Copacabana só foi aumentando a cada dia da Jornada; a impossibilidade, por causa das intempéries, de realizar o encontro final no Campo da Fé, fora da cidade, ajudou a dar ainda mais consistência e beleza ao encontro, nos últimos dias. Os jovens participantes foram capazes de enormes sacrifícios para estarem presentes na vigília e na missa de envio.
Ainda lembramos as palavras de encorajamento do papa Francisco aos jovens na vigília do sábado à noite? Ficaram gravados seus apelos referentes à esperança, feitos à imensa multidão à beira do mar, atenta e concentrada: “jovens, não percam a esperança!” O jovem está voltado para o futuro e não deve viver como se todo o sentido da vida se esgotasse nas realizações do aqui e agora. A esperança grande, com o olhar voltado para Cristo, é capaz de oferecer um sentido alto para suas vidas.
Mas a tentação é grande e muitas coisas conspiram para tirar a esperança dos jovens, incitando-os a consumir futilidades e ilusões para preencher o vazio existencial. Por isso, o papa Francisco apelou aos jovens: ”não deixem que lhes roubem a esperança!” O jovem também precisa ser vigilante para não apostar no vazio nem edificar sua casa sobre bases inconsistentes...
O terceiro apelo de Francisco foi lançado a todos os adultos e àqueles que têm responsabilidades na comunidade humana: “não roubem a esperança aos jovens!” Roubar a esperança aos jovens é negar-lhes a possibilidade de realização de seus justos anseios. Descuidar dos jovens é comprometer o futuro da sociedade. E da Igreja também. É tarefa de todos os adultos oferecer aos jovens motivos sólidos para esperar e edificar a própria vida. O próprio papa fez isso de maneira extraordinária durante a JMJ.
Os jovens terminaram o encontro com a alma leve e cheios de esperança! Os participantes da JMJ-Rio 2013 foram muitos e, mais numerosos ainda, aqueles que não foram ao Rio, mas se envolveram na preparação e na realização da JMJ. Foi muito bom e proveitoso para quem se envolveu! Foi uma semeadura que dará frutos com o passar do tempo.
No entanto, um cálculo sereno e objetivo nos leva a uma constatação preocupante: o percentual dos jovens que sintonizaram realmente com a Jornada foi bastante restrito. E os outros jovens, aqueles que permaneceram distantes ou nem tomaram conhecimento da JMJ? Para estes, fica voltada nossa tarefa, que segue após a Jornada, na pastoral ordinária.
Temos muito a fazer para ir ao encontro dos jovens e para envolvê-los na ação evangelizadora da Igreja! Enquanto isso, já foi iniciada a preparação da próxima Jornada, que acontecerá em Cracóvia, Polônia, em 2016.
Fonte: CNBB

domingo, 3 de agosto de 2014

Encontro da Pascom supera expectativas e reúne mais de 900 comunicadores

A cidade de Aparecida (SP) recebeu, de 24 a 27 de julho, cerca de 900 comunicadores católicos de todo o Brasil que participaram do 4º Encontro Nacional da Pastoral da Comunicação (Pascom) e do 2º Seminário Nacional de Jovens  Comunicadores. Promovidos pelas Comissões Episcopais para a Comunicação e Juventude da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), os evento tiveram como tema “Comunicação, desafios e possibilidades para evangelizar na era da cultura digital”.
O arcebispo de Campo Grande (MT) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação da CNBB, dom Dimas Lara Barbosa, ressaltou a relevância e os frutos do encontro. Segundo ele, o mesmo gerou uma grande esperança, pois o número de participantes ultrapassou as expectativas. Para dom Dimas, a adesão confirma o que Diretório de Comunicação da Igreja no Brasil se propõe: criar uma cultura da comunicação na Igreja no Brasil.
“Assumimos a consciência de que vivemos, como disse o papa emérito Bento XVI, num continente digital, passamos a entender que a Internet não é um mero instrumento, mas uma ambiência na qual as novas gerações são formadas. Mais uma vez precisamos adequar a linguagem do Evangelho anunciado para que ele seja interessante e inteligível às novas gerações, sobretudo dos nativos digitais. A Comissão para a Comunicação e Juventude, trabalhando de mãos dadas, só pode produzir bons frutos”, disse dom Dimas. O bispo lembrou também a mensagem enviada pelo papa Francisco, na qual afirma não bastar a rede de computadores, quando se faz necessário fortalecer a rede de pessoas.
Diretamente de Roma, por meio de videoconferência, o presidente do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais, dom Claudio Maria Celli, recordou aos participantes que a Igreja cresce por meio da atração fraterna, do testemunho. Segundo ele, este é o tema forte da teia comunicativa da Igreja. Dom Celli citou a mudança cultural que as tecnologias oferecem, por já não serem instrumentos, mas ambientes de vida onde a Igreja precisa ser presença.
Já o diretor da Revista Civvittà Cattolica e escritor da área de web, padre Antonio Spadaro, em sua conferência falou que “a Internet não existe, a rede não existe! O que existe são pessoas interagindo”. Para Spadaro, a Igreja não é chamada a ser moderna, mas interpretar teologicamente a rede e compreender como essa realidade está presente no plano de Deus para a humanidade. “Esta é a tarefa para a qual fomos chamados”, acrescentou.
De acordo com o padre, o desafio trazido pela era digital está em como viver nos tempos de rede, no qual comunicar não é somente transmitir a mensagem, mas sim compartilhar, interagir.
Spadaro citou a modificação do esquema de comunicação feita pelo papa Francisco, já no dia de sua eleição. “Aquele que vinha para dar a benção aos que estavam na praça à sua espera é o que primeiro pede para que por ele rezem e se inclina. Comunicação não é mais o envio de uma mensagem, mas a interação. Não há comunicador e receptor, e sim interações”, lembra Spadaro. Para ele, “a comunicação de Francisco se dá com a totalidade do ser não somente com a palavra, mas no olhar, nos gestos, no sorriso, em seu rosto”.
Ao pensar na dimensão da comunicação da Igreja, a assessora nacional da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação, irmã Élide Maria Fogolari, analisou a evolução do encontro, que começou com 140 pessoas na primeira edição e viu o número de participantes aumentar a cada ano. “Avalio a partir desse crescimento de participantes que a comunicação está crescendo e se articulando de forma consciente e de forma profunda e profissional na Igreja do Brasil. Podemos dizer que a comunicação está se concretizando e estamos conseguindo criar a cultura da comunicação que já começa a fazer parte dos valores e da vida e da dinâmica da Igreja”, avalia.
Para o assessor nacional da Comissão para a Comunicação, padre Clovis Andrade de Melo, o maior fruto do encontro é perceber que os participantes saem entusiasmados e conscientes da importância da missão de evangelização no ambiente digital. “Diante das reflexões, desfez-se a ideia de estar em várias redes sociais e entendeu-se que é preciso ser presença de testemunho e coerência no ambiente digital, que isso sim faz a diferença. Não basta colocar conteúdo, é a presença do cristão que testemunha com exemplo e atitude que ganha força maior”. O assessor afirmou que o encontro teve fim ontem, mas é apenas o início de uma nova etapa para a missão dos comunicadores.
Fonte: CNBB

sábado, 2 de agosto de 2014

Estação da Cultura em Israel

Ao longo de 3000 anos de história, Jerusalém serviu como fonte de inspiração para poetas, músicos e outras mentes criativas. A temporada 2014 da Estação da Cultura em Jerusalém vai oferecer diversas experiências artísticas, abrangendo os mundos da música, artes visuais, delícias culinárias, performances ao vivo, interações sociais, novas mídias e muito mais.

Mais uma vez, Jerusalém será palco de uma série de eventos de verão com uma riqueza de produções feitas especialmente para  a temporada, que desafiam as definições convencionais de cultura e reveem a relação entre observador, performance e localização. E tudo isso, em diversos pontos em Jerusalém – que vão desde  antigos tesouros arquitetônicos, prédiso históricos, museus e praças da cidade, a galerias contemporâneas, mercados, telhados, casas e quartos de hotel.

Destaques da Estação da Cultura em Jerusalém incluem:

Contact Point (10 de julho) – Nesta noite,  os visitantes serão convidados para o célebre Museu de Israel para uma série de encontros noturnos entre artistas, pessoas, obras de arte e museu. “Contact Point” vai desafiar ainda mais o conceito tradicional de uma visita ao museu, oferecendo acompanhamento dos curadores nas interações pela mais nova e espetacular exposição própria do Museu de Israel . Em sua quinta edição, “Contact Point”  não é apenas uma experiência noturna onde convergem dezenas de artistas interagindo através do diálogo, discussões e pontos de contato com exposições no museu; é também um convite para pensar na direção, mudanças e progresso que o evento tem feito desde a sua criação. Entre outras coisas, os visitantes interagem com um elefante inflável no Art Garden, uma escalada noturna para alturas inconcebíveis sobre a indomável instalação Big Bambu, um grupo de dançarinos estarão rastejando no chão do museu, um desfile participativo de máscaras e muito, muito mais.

In-House Festival (Julho 20-24) – Um dos eventos-âncora da temporada, o festival convida o público para um dos mais intrigantes espaços privados da cidade para encontros exclusivos entre artista e plateia. Este ano, essas interações vão assumir um novo nível de intimidade assim que os convidados descobrirem o que os espera atrás da porta de um quarto de hotel, ou descobrir um microcosmo da sociedade de Jerusalém e como eles exploram a vida comunitária em um prédio de apartamentos típicos.
Há também duas grandes produções originais que desafiam as percepções tradicionais de teatro, atores e público. Knock Knock, uma performance extraordinária para uma pessoa, um casal ou três pessoas que se desdobra em um quarto de hotel no Hotel Prima Royale, e Casa, obra do diretor suíço Dominic Huber, que foi adaptado para um prédio de apartamentos em um bairro no sul de Jerusalém.

Under the Mountain: Festival of New Public Art (Jullho 25-31) – Este evento combina o mais novo em ações de performance, vida e política para a produção da arte pós-objeto, que é feita tanto de pessoas como também as usa ativamente. O evento, que se encaixa perfeitamente com um novo e impactante movimento de arte pública internacional, vai mais ao fundo nas infraestruturas governamentais e sociais que enquadram e direcionam diariamente ações e interações na cidade. Como nos anos anteriores, “Under the Mountain” irá propor novos métodos de montagem em instituições públicas enquanto tentam aprofundar o envolvimento civil e artístico em performances do Estado.
As ações de artistas/cidadãos internacionais e locais participantes do Under the Mountain este ano terão como objetivo identificar e impactar sobre a construção político-religioso-governamental de Jerusalém e dissolver as barreiras entre política e arte.

Frontline (Agosto 10-14) - Inaugurado no ano passado, Frontline explora e presta homenagem ao único som e legado da cena musical independente de Jerusalém. Frontline - Jerusalém vs the World-em colaboração com Téder - Pop Up Radio Bar e Rádio Raash Hour de Jerusalém, Frontline está retornando este ano para uma semana de transmissões, performances e falatório significativo dedicado inteiramente ao cenário da música alternativa. Uma estação de rádio pop-up será aberta para os negócios no complexo Hansen, de onde ele vai tentar esboçar uma ideia de tudo isso - os artistas solos, as persistentes e tenazes bandas, os DJs, os bares que servem como laboratórios culturais, a cena rave alternativa. Os participantes  terão duas etapas com apresentações a cada noite, uma série de documentários sobre a cena musical da cidade, e, claro, a maior rave do ano.

“3,876—Between Knife and Fork” (20 de agosto até 7 de setembro): Um fascinante projeto de culinária artística que trará dois chefs - Kamel Hashlamon e Assaf Granit para a mesma linha que separa Jerusalém Ocidental e Oriental. Após intensa pesquisa, e em um local que será revelado em breve, vamos explorar o conceito de "Cozinha de Jerusalém" ou pelo menos a cozinha que irá resultar da reunião destes dois chefs, e oferecer um ponto de encontro cultural em que o alimento é apenas uma parte da história.
3.876 metros separam as casas de dois chefs em Jerusalém, Kamel Hashlamon e Assaf Granit. Assaf nasceu em 1978 em Old Katamon e Kamel nasceu um ano depois, no Monte das Oliveiras. Kamel treinou intensamente em restaurantes condecorados em Tel Aviv e na Jordânia. Assaf possui cinco restaurantes de sucesso em Jerusalém Ocidental. Kamel foi o talento por trás do restaurante "Turquoise", a jóia da coroa de Jerusalém Oriental. "3.786 m" convida o visitante a participar de uma experiência culinária única, que vai se desdobrar todas as noites em um peculiar e deslumbrante prédio sobre o Monte Sião, a apenas alguns minutos de distância do local da última ceia, o túmulo do Rei David, a vila de Silwan, Monte do Templo e o Muro das Lamentações. Juntamente com especialista em comida Hedai Offaim, estes dois chefs vão servir um novo diálogo culinário baseado na alimentação, os povos e as tendências que passaram por Jerusalém por milhares de anos.
O caldo de fogo de Jerusalém, os ingredientes duros e ásperos que foram lançados nessa mistura escaldante e da realidade em curso da cidade podem arruinar qualquer prato .... e ainda "3.876 metros" oferece a oportunidade de sentar-se juntos, comer, beber e sonhar.

The Jerusalem Sacred Music Festival (Setembro 9-12) - Encerrando a Temporada 2014 da Estação da Cultura de Jerusalém, o Festival de Música Sacra de Jerusalém reúne músicos e artistas de todas as religiões, cores e credos de todo o mundo para celebrar as suas tradições e crenças em uma das cidades mais sagradas do mundo. O festival oferece ao público o melhor da música mundial, cuidadosas produções e um programa turístico único seguindo os sons sagrados da cidade. A jóia do Festival da coroa é o Passeio Noturno, incluíndo dezenas de performances, cerimônias e encontros musicais coloridas da meia-noite até o sol nascer.
A riquíssima variedade de performances exalta e ecoa profunda diversidade da cidade e oferece uma experiência única. Mesmo os locais em que o festival será realizado, desde o Museu da Torre de David abrigados dentro das muralhas da Cidade Velha, a Caverna de Zedequias e o YMCA, tem muito significado espiritual e religioso que agregram profundidade para as performances que hospedam.

Para mais detalhes: http://www.jerusalemseason.com/en#


Fonte: Ministério de Turismo de Israel