A Capela Sistina acolheu na manhã deste domingo a Celebração Eucarística
presidida pelo Papa Bento XVI por ocasião da Festa do Batismo do
Senhor.
Sob o monumental afresco de Michelangelo, nesta tradicional
cerimônia, Bento XVI ministra o Sacramento do Batismo a filhos de funcionários
do Vaticano. Nesta ocasião, foram 20 recém-nascidos.
Trata-se de uma das
celebrações mais singulares, onde a solenidade se mistura a choros de bebês e à
vivacidade de seus irmãos, que circulam com naturalidade pela Capela Sistina, à
revelia dos mais de 500 anos da obra-prima renascentista.
Comentando a
liturgia do dia, Bento XVI dedicou sua homilia ao significado do Batismo, à
alegria que este sacramento representa ao enriquecer a Igreja com novos filhos –
manifestando a presença viva do Espírito Santo.
A festa de hoje remete ao
Batismo de Jesus pelas mãos de João. Mas Jesus tem necessidade de penitência e
de conversão?, questionou o Pontífice. Justamente Aquele que é sem pecado, se
coloca entre os pecadores. Deste modo, Jesus se mostra solidário conosco, com a
nossa dificuldade de nos converter, de deixar nossos egoísmos, de abandonar
nossos pecados.
É exatamente isso o que acontece com o Batismo: a união
profunda e eterna com Jesus. Mergulhando no mistério da sua morte, que é fonte
de vida, participamos da sua ressurreição, para renascer a uma vida
nova.
Este é o prodígio que também hoje se repete a essas crianças, disse
o Papa. “Recebendo o Batismo, elas renascem como filhos de Deus, chamando-O com
plena confiança: ‘Abbá’, Pai. Elas se tornam membros vivos do único corpo que é
a Igreja, e são capazes de viver a plenitude de sua vocação à
santidade.”
A seguir, Bento XVI se dirigiu aos pais, afirmando que,
pedindo o Batismo a seus filhos, eles manifestam a alegria de serem cristãos e
de pertencerem à Igreja. É a alegria de nos reconhecermos filhos de Deus, de nos
sentirmos acolhidos num abraço de amor, do mesmo modo que uma mãe carrega e
abraça seu filho.
Esta alegria, explicou ainda o Papa, orienta o caminho
de cada cristão e toda a existência humana, e está baseada numa relação pessoal
com Jesus. “É Ele, de fato, o sentido da nossa vida.” Quem experimenta esta
amizade com Ele, não está disposto a renunciar à própria fé por nada neste
mundo, porque sabe que não existe nada maior do que conhecer Cristo e
comunicá-Lo aos outros.
Às madrinhas e padrinhos, Bento XVI recordou a
importante tarefa de apoiar e ajudar as obras educativas dos pais. "Saibam
sempre oferecer às crianças o bom exemplo, através do exercício das virtudes
cristãs."
Mas não é fácil manifestar abertamente aquilo em que se
acredita, especialmente no contexto em que vivemos – analisou o Pontífice -,
diante de uma sociedade que considera frequentemente fora de moda e fora da
realidade aqueles que vivem da fé em Jesus.
Jesus não limita nossa
liberdade pessoal; pelo contrário, Ele exerce sobre nós uma ação libertadora do
amor de Deus, que nos faz sair do nosso egoísmo, para nos conduzir a uma vida
plena, em comunhão com Deus e aberta aos outros.
Bento XVI concluiu sua
homilia confiando os recém-nascidos à proteção da Virgem Maria, e fazendo votos
de que as sementes das virtudes teologais infundidas no coração das crianças
possam atingir a plena maturidade, para fazer de cada uma delas uma verdadeira
testemunha do Senhor.
Com a ajuda de dois concelebrantes, Bento XVI deu
sequência ao rito do Batismo.
Fonte: Rádio Vaticano
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