quarta-feira, 25 de junho de 2014

Pinturas são reveladas no Hospital Saint-Louis, em Jerusalém

Pinturas murais que contam a história dos cruzados de Jerusalém foram recentemente expostas quando as freiras do Hospital Saint-Louis, perto da Cidade Velha de Jerusalém, estavam organizando os armazéns. Além disso, um cano de água que estourou no edifício revelou desenhos que estavam escondidos debaixo do gesso e pintura moderna. As pinturas, desenhadas pelo fundador do hospital, retratam os cavaleiros cruzados de armadura usando espadas e marca, entre outras coisas a genealogia dos cavaleiros franceses.

Após a descoberta, o pessoal da conservação da Autoriade de Antiguidades de Israel chegaram ao hospital e ajudaram as freiras com os "primeiros socorros" na limpeza e estabilizalção de algumas das pinturas na parede. As pinturas são no estilo característico de decorações de igrejas monumentais do século XIX, com muita atenção aos pequenos detalhes e motivos tirados do mundo da arte medieval.

Saint-Louis Hospice - uma impressionante estrutura de dois andares construído em estilo renascentista e barroco - está situado ao lado do edifício da prefeitura de Jerusalém e da movimentada Praça IDF, fora das muralhas da Cidade Velha e em frente à Porta Nova. O local recebeu o nome de São Luís IX, Rei da França (o líder da sétima cruzada 1248-1254 dC) e foi aberto ao público em 1896. Hoje, partes do edifício não são abertas aos visitantes, pois ela serve como hospital e hospício para doentes crônicos e terminais.

O hospital é dirigido pelas Irmãs de São José da Aparição. Esta ordem trata o doente, independentemente da religião, idade ou sexo. Além do trabalho sagrado realizado lá, o interior do edifício contém uma narrativa histórica fascinante e um tesouro artístico.
O hospital foi fundado por iniciativa de um conde francês, Comte Marie Paul Amédée de Piellat, um homem de muitas realizações, um cristão devoto e intelectual que visitou Jerusalém várias vezes na segunda metade do século XIX, e lá faleceu em 1925.

A antiga paisagem da Terra Santa, e  de Jerusalém em particular, estavam profundamente gravadas na personalidade de Piellat e assim fortalecendo sua fé cristã. De Piellat ficou chocado com a escassa presença católica em Jerusalém e estava preocupado com o aumento do poder da Igreja Ortodoxa Grega e os seus representantes - os russos. Deve-se observar que no final do século XIX, as grandes potências lutaram entre si pelo controle e hegemonia religiosa de Jerusalém. 
O conde decidiu agir e entre 1879 e 1896, construiu o hospital que substituiu um menor, com instalações mais modestas no bairro cristão no interior das muralhas da Cidade Velha. Em seguida, ele estabeleceu um outro complexo enorme e espetacular nas proximidades - Notre Dame de France, um albergue projetado para servir os peregrinos cristãos e atender a suas necessidades.
A área em particular que o conde escolheu para a construção do hospital não foi acidental. De Piellat se considerava um descendente dos Cruzados, bem como o último cruzado. Ele queria continuar o trabalho desses Reis Latinos, cavaleiros e nobres que estavam em Jerusalém, cerca de nove séculos antes. Por isso, ele escolheu instalar o hospital na zona histórica onde o exército do rei normando Tancredo acampou quando juntamente com os aliados seus aliados, violassem os muros da cidade de Jerusalém em 1099 dC e dominassem a cidade com fúria e brutalidade.

De Piellat , que também era um artista, adornou as paredes e teto do hospital com enormes pinturas retratando os cavaleiros Cruzados em suas armaduras e espadas. Paralelamente a estas figuras gigantes que pintou a heráldica das famílias dos cavaleiros franceses, escreveu os seus nomes e observou sua genealogia. Ele também acrescentou os símbolos das cidades dos cruzados, símbolos das ordens militares e ordens monásticas. A visão era espetacular; as enormes salas e quartos intermináveis do hospital foram decorados com a história dos cruzados de Jerusalém.

Os turcos tomaram posse do edifício durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Eles cobriram os afrescos de tirar o fôlego com tinta preta. No final da guerra, o conde  retornou ao hospital em sua velhice. De Piellat dedicou o resto de sua vida para remover a tinta preta e re-expor os afrescos. Ele faleceu no hospital em 1925.
O interesse nas pinturas perdidas e escondidas foi recentemente renovado quando elas foram revelados, mais uma vez em toda a sua glória. Estas pinturas magníficas são um pedaço da história e uma obra de arte rara. Fundos são atualmente necessários para sua conservação, exposição e documentação. Deve-se notar que não há intenção de transformar o hospital em uma atração turística , a fim de que o trabalho sagrado humilde e tranquilo feito lá possa continuar.

Fonte: Ministério do Turismo de Israel


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