segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Sansão e Dalila

Dom Urbano Allgayer
Bispo emérito de Passo Fundo (RS)

A desgraça sobreveio a Sansão através de uma mulher fatal. Casou-se com Dalila, filisteia, traidora. Por muitas carícias e rogos conseguiu dele revelar-lhe o segredo de sua força. Nunca lhe haviam cortado o cabelo farto e volumoso. Era o segredo de sua força. Em combinação com os filisteus, Dalila fez dormir Sansão e os inimigos lhe cortaram as longas melenas. Dalila acordou-o exclamando: “Sansão, os inimigos estão aqui”. Ele se levantou, cerrou os punhos, mas sentiu-se fraco sem força. Os filisteus vazaram-lhe os olhos e o puseram a mover as pedras de um moinho, em Gaza.

No entanto, seus cabelos iam crescendo e voltou-lhe a força. Um dia os filisteus estavam reunidos em festa, com três mil participantes. No fim do banquete resolveram divertir-se com Sansão, fazendo-o dançar. Como ele era cego, um menino o conduziu pela mão até duas colunas que sustentavam o edifício. Sansão pediu-lhe que colocasse as mãos uma em cada coluna. Em seguida invocou a Deus, rogando: “Senhor, dá-me força ainda uma vez”. Em seguida sacudiu com força as duas colunas, uma com a direita, outra com a esquerda. O templo, neste instante, estremeceu como um terremoto, desabou e esmagou toda a assembleia. Assim Sansão matou mais inimigos por ocasião de sua morte do que durante a sua vida (Cf. livro dos Juízes 13,1 - 31).
Sansão, palavra hebraica, significa “pequeno sol ou filho do povo” (Pr Evandro de Souza Lopes – Os nomes bíblicos e seus significados, p.123). Trata-se de um justiceiro bíblico, “juiz de Israel”, que trava guerra isolada, sem exército, contra inimigos do povo bíblico. “Propósito do compilador é tornar claro que este improvável bandido homicida foi o instrumento através do qual Jahvé ajudou o seu povo. É assim transfigurado que Sansão é citado em Hebreus 11,32 como um herói da fé (John L. Mackenzie, Dicionário Bíblico, Ed. Paulinas, 1984, p. 847). Afinal, ele deu a própria vida pelo seu povo, segundo a “lei do talião”.
 Fonte: CNBB

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