segunda-feira, 3 de setembro de 2012

O Grito dos Excluídos

Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba (MG)
 
O Grito é uma manifestação autenticamente popular, que engloba pessoas, grupos, entidades, igrejas e movimentos sociais, onde todos devem estar comprometidos com a causa das pessoas excluídas. É uma mobilização que denuncia os modelos políticos e econômicos que causam exclusão social, trazendo consequências de sofrimento para muitas pessoas.
 
É forma de tornar público o rosto desfigurado da sociedade que clama por uma política de inclusão social de valorização dos cidadãos. Essa manifestação, que não é um movimento e nem uma campanha, acontece no dia 7 de Setembro, Dia da Pátria. Constitui-se num espaço popular e de participação livre, mas todos motivados pelo anseio de mudanças na sociedade.
 
A forma de manifestação pode ser diversa, dependendo da realidade da comunidade. Podem ser por atos públicos, romarias, celebrações especiais, seminários, blocos na rua, caminhadas etc. É espaço de convergência em que vários atores sociais se reúnem para protestar e propor caminhos novos.
 
Acontece no dia da Independência, da soberania nacional, em que a participação deve ser expressão de cidadania consciente e ativa da população.
 
O Grito dos Excluídos teve sua origem nas ações do Setor Pastoral Social da CNBB, principalmente a partir da Campanha da Fraternidade de 1995, que abordava o tema que falava da Fraternidade e dos Excluídos. Ele veio também como fruto da 2ª Semana Social Brasileira, que abordava o tema: Brasil, alternativas e protagonistas.
 
Podemos dizer também que é um grito, sufocado pelas realidades contemporâneas, que vem a público, com a participação de diversos setores influentes da sociedade e revela uma forte reação das entidades inconformadas e contra um sistema de mercado que gera massas enormes de excluídos, de desemprego, miséria e violência.
 
Não basta celebrar uma Independência tida como politicamente formal. Supõe soberania da nação com políticas públicas que favoreçam as classes mais sofridas, como ainda relações solidárias e justiça social. Assistir a desfile de armas é muito fácil, mas é preciso propor um patriotismo que seja positivo e que abra caminho para parcerias que libertem as pessoas de sistemas opressores.
 
Fonte: CNBB

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