sábado, 15 de dezembro de 2012

Conheça as belezas naturais da Jordânia num passeio de camelo


Subir a bordo de um “navio do deserto” para um passeio de camelo pelas montanhas rochosas de Wadi Rum, que tanto inspiram Lawrence da Arábia, é a derradeira forma de observar esta vastidão única e fascinante, onde o silêncio ainda existe.

Os nabateanos e seminómadas, dominaram desde o século IV todas as principais rotas de comércio no sul do País, incluindo a que passava por Wadi Rum na Jordânia, onde construíram os seus templos. O incenso e a mirra da Arábia Félix (atualmente Iémen), o tecido púrpura da Fenícia e as especiarias da Índia tornavam-os um dos grupos mais ricos do mundo. Hoje em dia, os beduínos descendentes dos nabateanos são a espinha dorsal de Wadi Rum. Os membros das tribos são, aliás, excelentes guias para qualquer aventura no deserto, seja uma escalada, uma caminhadas ou passeios a camelo.

A tribo Howeitat detém o poder da popular aldeia de Rum e a tribo Zweideh governa a aldeia vizinha de Disi, uma área mais tranquila e mais selvagem para passear de camelo. A partir daqui, é possível ter acesso aos vales e aos promontórios rochosos, ou jebels, a leste de Jabel Um Ishrin. Local onde vastas regiões de deserto virgem dão lugar a penhascos elevados e a pedregulhos gigantes.

No que diz respeito a má reputação, os camelos encontram-se no topo da lista – é só perguntar a qualquer pessoa, até aos beduínos. Eles são rabugentos, temperamentais e invocados, e além disso, não tem possuem qualquer problema em cuspir contra alguém que os irrite. A boa notícia é que as suas reputações são piores do que a realidade. Claro que os camelos não são os animais mais felizes (a não ser que estejam comendo), mas também não vamos acabar com a imagem dele.

Durante a primeira parte do passeio, ao passar pelas belas planícies de Disi, em direção ao imponente Jebel Barrah, é bem possível que você ainda esteja tentando encontrar uma posição confortável em cima da sela de madeira, vagamente almofadada. Assim que o conseguir, poderá olhar para cima e admirar as infinitas formações rochosas que rodeiam Jebel Um Anfus e Jebel Abu Arshrasha. Ao se aproximar, parece que grande parte da rocha está derretendo, como chocolate, sob o Sol incessante.

Recomenda-se partir bem cedo, pela manhã, se quiser fazer um intervalo à sombra, durante o forte calor do meio dia. Além disso, assim, fica com mais tempo para explorar as trilhas deserticas. O semi-escondido desfiladeiro El Barrah é uma das paisagens mais espetaculares da região. Encontra-se cercado por penhascos, enquanto se tenta torcer e espremer por entre Jebel Barrah e Jebel Abu Judaidah. O passo suave, mas persistente, do camelo leva-o por vales, desfiladeiros e dunas – é possível viajar mais 40 km por dia montado num camelo.

Apesar de ser mais provável encontrar animais selvagens à noite do que durante o dia, o deserto não é um local sem vida. Arbustos esqueléticos de tamargueiras compõem grande parte da vegetação escassa que cobre o solo dos vales e, bem lá no alto, as raízes entrelaçadas de zimbro procuram lentamente qualquer humidade disponível. Se tiver muita sorte, pode até vislumbrar a rara cabra montanhosa. Fora os seus companheiros, os únicos seres humanos que poderá encontrar por lá são os ocasionais pastores beduínos que conduzem os seus rebanhos de cabras. Raramente, poderá passar por um carro, mas não serão vezes suficientes para se tornar incomodo.

Durante a noite, pode acampar numa tenda de pele de cabra e desfrutar da hospitalidade pela qual os beduínos são famosos. Apesar do nascer e do pôr-do-sol serem definitivamente espetaculares, é no espaço de cerca de uma hora antes do Sol nascer ou depois de se pôr que a luz parece confundir-se integralmente com os promontórios rochosos e com as dunas de Wadi Rum. É também nessa altura que se geram memórias duradouras do silêncio do deserto – o silêncio ensurdecedor de um local verdadeiramente selvagem.

 

Fonte: Ecoviagem

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