sábado, 17 de maio de 2014

Seis motivos que transformaram Israel em uma nação empreendedora

Sandra Boccia: “O empreendedorismo é estimulado em todos os lugares de Israel” (Foto: Fabiano Candido)
Israel é conhecido pelos frequentes conflitos que tem com seus vizinhos no Oriente Médio. Mas essa imagem, aos poucos, está dando lugar a outra: a de que o país é a nação mais empreendedora do mundo. E a mudança não é à toa, afirmou Sandra Boccia, diretora de redação da revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios, numa palestra realizada nesta quinta-feira (13/02), no SAP Fórum 2014, evento de tecnologia que acontece em São Paulo.
Sandra esteve em Israel em janeiro, numa missão organizada pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo (FGV-EAESP) em parceria com a Universidade Hebraica de Jerusalém. Ela teve a oportunidade de percorrer o país para conversar com especialistas, empreendedores, professores e analistas, a fim de compreender os motivos que tornam o local uma potência dos negócios (e até tema de livro “Nação Empreendedora”, do investidor Dan Senor e do jornalista e diplomata Saul Sing).
“A verdade é que o empreendedorismo faz parte do dia a dia de quem nasce em Israel ou escolhe o país para viver. As pessoas, desde criancinhas, são estimuladas por professores, governos e pela família a pensar de forma inovadora e a ganhar dinheiro”, afirma Sandra.
Mas existem outros motivos, claro, para essa nova imagem. Conheça-os abaixo. E entenda por que hoje Israel, com 8 milhões de habitantes, é um país com renda per capita de US$ 33,9 mil, Produto Interno Bruto de US$ 254 bilhões e milhões de empreendedores.
Cultura empreendedora – o israelense é preparado para empreender desde pequeno. Alguém que tenha uma ideia de negócio ganha feedback o tempo todo de pessoas mais experientes. E essas mesmas pessoas acionam uma rede de contatos para conseguir investimento, mentoria e infraestrutura para os que empreendem. A ajuda é a mesma para quem já fracassou – os israelenses tratam um negócio que não deu certo como parte do processo de aprendizado.
Políticas públicas – o governo estimula o empreendedorismo ao oferecer linhas de crédito especiais para quem pensa em abrir um negócio e agilidade para vencer a burocracia do dia a dia: uma empresa, por exemplo, é aberta em 14 dias em Israel (no Brasil, esse tempo ainda é de cerca de 100 dias). Os órgãos públicos do país são estimulados a comprar produtos de startups e de pequenas e médias empresas inovadoras.
Estímulo à inovação – os pesquisadores de universidades públicas, ao contrário do que acontece em muitos países, são estimulados a empreender. O governo e a população israelense não veem nenhum problema em um professor criar uma tecnologia na universidade e abrir uma empresa para vender o invento – tanto que muitos centros de ensino superior oferecem capital para a abertura de um negócio. Por essa característica, muitas empresas abrem centros de pesquisa e desenvolvimento em Israel: Microsoft, Apple e Google são algumas delas.
Educação para todos – o país oferece um ensino de qualidade do nível básico ao superior. O resultado disso é a alta qualificação de quase toda a população. Uma pesquisa recente da Startup Genome apontou que 80% dos empreendedores do país têm mestrado. E que 40% deles são doutores. Por causa das especializações, os empresários israelenses são geralmente autoridades nas áreas em que investem.
Objetividade – pelo fato de o empreendedorismo ser algo do cotidiano, os israelenses enfrentam os desafios dos negócios com extrema naturalidade. Eles não se abalam ao ouvir críticas sobre um serviço malfeito ou um produto mal desenvolvido – os empreendedores aceitam o feedback negativo e trabalham para tornar melhores seus produtos e serviços. Eles também veem oportunidades em problemas. O Waze, aplicativo comprado pelo Google por US$ 1,3 bilhão, foi criado para resolver as questões de trânsito do país.
Resistência – o caráter empreendedor do israelense foi moldado por causa dos constantes conflitos e das guerras com os países vizinhos. Tanto os homens quanto as mulheres são convocados pelo exército. E no período de serviço militar não só aprendem a manusear armas como também conhecem técnicas de guerra: os soldados são incentivados a tomar decisões rápidas, de forma autônoma, e a criar soluções de segurança para defender o país. Os aprendizados ajudam quem decide empreender.
A próxima edição da PEGN terá uma reportagem especial sobre a capacidade empreendedora de Israel e explicará os motivos do país ser um exemplo para o mundo dos negócios.

Fonte: ITrade

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