Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte
Arcebispo de Belo Horizonte
Celebrando a Semana da Criança, é oportuno
compartilhar e tornar mais conhecido o serviço social Famílias Acolhedoras.
Essa iniciativa, de importante significação afetiva, cidadã e de fé, promove o
acolhimento provisório de crianças e adolescentes em risco social ou que
sofreram violência. Um ato solidário, com óbvias repercussões positivas para
toda a sociedade.
O serviço Famílias Acolhedoras é promovido pelo
Vicariato Episcopal para Ação Social e Política da Arquidiocese de Belo
Horizonte e Prefeitura da Capital Mineira, por meio da Pastoral do Menor e da
Secretaria Municipal Adjunta de Assistência Social. Ser família acolhedora é
ser uma família que facilita o processo de readaptação e retorno das crianças
para seus lares de origem. Atualmente, 800 crianças e adolescentes vivem nos
abrigos de Belo Horizonte e o serviço social busca, justamente, promover o
acolhimento temporário desses meninos e meninas, em lares de famílias
voluntárias. Deste modo, assegura o acompanhamento e cuidados integrais às
crianças e aos adolescentes, afastados de suas famílias de origem, por razões
que prejudicam seu pleno e saudável desenvolvimento. Acolhidos por outras
famílias, assim permanecem até que possam voltar para casa ou serem
encaminhados para a adoção.
Aqueles que amparam temporariamente uma criança
ou adolescente podem iniciar um processo com repercussões na solidariedade
entre pessoas e instituições, em prol de uma sociedade mais justa e fraterna.
Por meio da criança, a família acolhedora pode conhecer a realidade da família
de origem e, assim, compartilhar experiências, oferecer ajuda, estabelecer
laços afetivos que, certamente, têm força corretiva. Dessa forma, o serviço
Famílias Acolhedoras é um modo efetivo de cumprir uma indicação do Estatuto da
Criança e do Adolescente: a convocação de todos no compartilhamento do cuidado
e proteção de crianças e suas famílias.
Estão incluídos os seguintes critérios para
ajudar nesse serviço social: 1) morar em Belo Horizonte há mais de dois anos;
2) ter, no mínimo, 21 anos; 3) não ter antecedentes criminais; 4) todos os
membros da família devem concordar em acolher uma criança; 5) estar disposto ao
acolhimento temporário, não tendo a intenção de adotar; 6) não ter dependentes
químicos na família; 7) aceitar e comprometer-se com as diretrizes do serviço.
A Pastoral do Menor da Arquidiocese de Belo Horizonte, no Vicariato Episcopal
para a Ação Social e Política (Rua Além Paraíba, 208, bairro Lagoinha, Belo
Horizonte), pode orientar aqueles que buscam outras informações.
Dispor-se a ser família acolhedora é
corajosamente assumir o compromisso de zelar e promover a vida. É empenhar-se
em benefício de um serviço social que focaliza, de modo contundente, a
convicção acerca da importância da família, comunidade natural na qual se
experimenta a sociabilidade humana. Acolher uma criança ou adolescente, mesmo
temporariamente, é garantir a esses meninos e meninas necessitados a
oportunidade para que se desenvolvam com dignidade. O Famílias Acolhedoras é um
importante caminho para que a sociedade cumpra a sua tarefa de servidora da
família, particularmente daquelas em situação de risco, que carecem de apoio e
amparo. Que este serviço continue proporcionando a superação de individualismos
e comodismos, obstáculos à solidariedade indispensável para o equilíbrio
social. E que as muitas crianças e adolescentes encontrem uma família acolhedora,
para compartilharem práticas educativas e amor.
Fonte: CNBB
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