sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Artigo: Liberdade religiosa no Brasil

A liberdade no ser humano, é uma das provas de que somos feitos “à imagem e semelhança de Deus”.
Essa qualidade pode ser classificada como divina. Nenhum animal chega perto de possuir essa glória. Mas no homem é uma qualidade que fica no âmbito do possível, e que pode ser falsificada de muitas formas. Por isso, podemos usar as plantas e até os animais.

Mas não podemos usar nenhum ser humano (para a escravidão, o trabalho forçado, a humilhação, o uso de seus órgãos...),  porque isso vai contra o seu mais nobre apanágio, a liberdade. “Tudo o que vive e se move servirá de alimento para vocês” (Gen. 9, 3).  Qualquer ser humano é uma obra única no universo, e deve ser intocável na sua dignidade.

A liberdade religiosa é um dos pontos altos do ser humano. Ele deve ter liberdade de prestar culto à divindade, de mudar de religião, de manifestar publicamente suas convicções. Mas não nos iludamos. A prática religiosa é uma das liberdades mais finamente vilipendiadas, hoje e sempre.

Vejamos alguns pequenos exemplos. Quando na Rússia foi superada a ditadura, certas seitas americanas vibraram de entusiasmo. Prepararam-se para um ataque vigoroso contra as crenças da população russa. Mas o governo, considerando que quem nasce na Rússia deve ser ortodoxo, freou logo esse entusiasmo.
Muitos missionários foram expulsos, e só as denominações mais antigas puderam permanecer. Em Israel o Estado é não-laico, e existem severas restrições contra eventual cidadão que queira ser cristão. Na Suécia, país de corte luterano, que se considera modelo de democracia, a sociedade faz pressões insuportáveis contra qualquer idéia católica, e qualquer conversão ao catolicismo.

Nem falemos dos países muçulmanos, que não aderem à democracia, porque ela quebraria a solidez da religião única.  Esqueçamos a Índia, Cuba, a China... e países a perder de vista. Para os países da América Latina, foram exportados os ideais da revolução francesa que, além de coisas boas, exportou também a sua ojeriza à religião católica. Com isso houve grande presença de religiões evangélicas, das quais a maioria é séria.
Mas também aparecera
m nuvens de agrupamentos religiosos duvidosos. Apresentando supostos milagres, e ensinando a teologia da prosperidade - totalmente contrária à teologia da cruz - iludem populações indefesas, erodindo nossas comunidades. Alguém tente processar um caluniador da Igreja, para ver o que acontece. 


Dom Aloísio Roque Oppermann, scj
Arcebispo de Uberaba - MG

Fonte: Portal UM

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