segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Para uma noite feliz de verdade

por Padre Juarez de Castro

Jaqueline me disse que não gosta do Natal, pois o considera uma festa injusta: “Tanta gente com presentes caros, outros sem nada”. Marcelo me confessou, certa vez, que não aprecia esta época por não ter família para com ela se reunir na ceia. Já Maria José me contou que o Natal é momento de se lembrar das pessoas queridas e das que já se foram. Com tantas opiniões angustiadas, eu me pergunto: “Se é justamente neste dia que cantamos Noite Feliz, onde está a felicidade?”
Pensei muito em Jaqueline, Marcelo e Maria José, que não conseguem ser felizes na Noite Feliz. Ora, Natal é a presença de Jesus em nosso meio. E ter Jesus é a maior felicidade, pois se trata de um Deus que quis nascer entre os homens para tornar a humanidade mais divina.
Ou seja, ele nasceu para estar próximo. E realmente o temos bem perto de nós. Tão próximo que podemos até tocá-lo – pois ele está bem ali… na manjedoura. Não é um Deus que está longe, inatingível.
Assim sendo, fica clara a essência do Natal: um Deus que trouxe o céu para a terra e que elevou a terra ao céu. A felicidade está no Deus escondido, naquela criança frágil que nasceu numa estrebaria.
Lembrei-me de Jaqueline que não gosta do Natal porque nem todo mundo ganha presentes. Mas o Natal não são os presentes! Ela reduziu a celebração a uma caixa embrulhada em papel colorido com um laço de fita. Que pena! Infelizmente, Jaqueline não consegue ver o Natal além dos mimos.
Depois, pensei em Marcelo. Ele me disse que no Natal se sente muito solitário, pois não tem família para com ela se reunir e festejar a data com uma ceia. Mas no Natal nos sentimos como uma grande família de Deus. Não há diferença!
O lugar do Natal não é na ceia farta, mas no silêncio da gruta de Belém, sem o tilintar dos sinos e sem as risadas vazias que se misturam a tantas bebidas, doces e comidas. Natal é a presença singela do Menino Jesus na manjedoura. Infelizmente, Marcelo volta a atenção à festa e não ao Menino que vai nascer.
Então, pensei em Maria José: ela fica muito triste ao se lembrar das pessoas que já se foram. Só que o Natal é a esperança de um novo tempo. Jesus nasceu para nos dizer que não morreremos mais, que Ele vencerá a morte e que venceremos com Ele.
Fiquei triste, pois Maria José não consegue ver a vida que brota no Natal. Queria dizer a ela que o Natal é justamente a época em que nos lembramos, com alegria, dos nossos queridos que se foram e, sobretudo, com a certeza que eles celebram um Natal muito mais bonito do que o nosso. Sabe por quê? Porque eles estão junto daquele que é o principal protagonista dessa celebração tão importante.
Não me encontrei mais com Jaqueline, nem com Marcelo e tampouco com Maria José. Queria dizer essas coisas a todos eles, queria mesmo! Quem sabe, assim, conseguiriam viver um Natal mais feliz sem diminuir nem banalizar a importância da data.
Como não posso encontrá-los, infelizmente – aliás, nem sei por onde andam! – estou decidido a me lembrar de cada um deles na noite de Natal. Diante de Jesus, vou rezar por eles. Pedirei ao Menino Deus que os faça entender o que é o Natal para terem, assim, uma noite muito, mas muito feliz!
Fonte Revista Viva Mais

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