sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Jordânia - Exótica, divina e possível. O país está na mira das agências de turismo do Brasil

Uma dose de preconceito com boas pitadas de desconhecimento fazem do Oriente Médio um destino pouco procurado por turistas brasileiros. Uma viagem à Jordânia, por exemplo, o país que abriga a cidade sagrada de Petra, eleita recentemente uma das sete maravilhas do mundo moderno, pode ser uma experiência surpreendente e reveladora, justamente por desfazer a relação simplista que normalmente se cria entre o mundo árabe, guerras, turbulências políticas e extremismo antiocidental.

Basta caminhar uma tarde pelas ruas de Amã, a capital do país, para tirar a prova. A alegria solícita do povo jordaniano é contagiante – sem contar que ali você está livre do assédio de vendedores sedentos pelo dinheiro dos turistas, algo comum em países como Egito e Marrocos. Se, por qualquer motivo, você disser que é do Brasil, as relações se tornam ainda mais cordiais e amistosas. A conversa logo descamba para o futebol, uma paixão também naquela região do globo.

Mas não é apenas por proporcionar uma experiência pacífica e intensa com a cultura árabe que a Jordânia surpreende. Apesar de pequeno, o país guarda tesouros da humanidade. Fica em um dos lugares de mais antiga ocupação humana, berço das religiões judaica, cristã e muçulmana, onde floresceram e prosperaram inúmeras civilizações. Junte-se a isso o exotismo da paisagem, formada quase que completamente por desertos, e o destino se revela perfeito para viajantes que gostam de aventura, mas não dispensam cultura e história.

O Mar Morto fica em uma grande depressão, a pouco mais de 400 metros abaixo do nível do mar. As águas cinzas e espessas, praticamente imóveis, são cerca de dez vezes mais salgadas que a média das águas oceânicas, o que inviabiliza qualquer espécie de vida animal além de bactérias ultra-resistentes. A concentração de sal e de minerais, que faz qualquer um boiar sem fazer nenhum esforço, é também considerada um bom remédio para males diversos. Sobretudo se você entrar na água depois de passar a famosa lama do Mar Morto, conhecida por suas propriedades terapêuticas. Mesmo que você não acredite nisso, vale a experiência de entrar naquela água. Mas o banho não pode passar de 15 minutos (há risco de desidratação) e não se deve molhar o rosto, pois o alto teor de salinidade é capaz de causar ardência e irritações.

Uma curiosidade intrigante é que o Mar Morto vem secando ano após ano e já perdeu cerca de um terço da área nos últimos 50 anos. A hipótese mais aceita para explicar o fato é o uso intensivo das águas do Rio Jordão, maior contribuinte do Mar Morto, para irrigação de plantações agrícolas. O fato é que Israel e Jordânia, os países que “dividem” o Mar Morto, assinaram recentemente um acordo para tentar “salvá-lo”, criando um canal para captar água do Mar Vermelho. Com o projeto, há o risco de alteração nas propriedades únicas das águas do Mar Morto. E isso tem causado polêmica.
A visita a Petra pode facilmente se estender por mais de um dia, devido às proporções gigantescas do sítio arqueológico. Passado o portão de entrada, os visitantes descem por um desfiladeiro estreito, entre dois paredões rochosos, chamado Siq.

A expectativa vai crescendo a cada passo, até que, repentinamente, se dá de cara com uma construção enorme, chamada Tesouro, a grande marca de Petra. Depois desse ponto, os horizontes se ampliam e as ruínas se espalham por montanhas espaçadas. Às construções talhadas na pedra somam-se outras erguidas no estilo romano, com muitos vestígios de colunas e muros. A amplitude do lugar é impressionante. Com um pouco mais de esforço, subindo cerca de 800 degraus por um desfiladeiro, chega-se ao Monastério, cuja grandiosidade se compara à do Tesouro. Provavelmente, ambos serviam como templos.

Uma visita completa, partindo do portão de entrada até o Monastério e voltando, demanda uma caminhada de cerca de dez quilômetros. Em Petra, é possível comprar água e outras bebidas. Lá também há uma opção de restaurante. Próxima ao sítio arqueológico fica a cidade de Wadi Musa, com boa infra-estrutura turística. Se for possível, não perca uma visita a Petra de noite, quando o caminho que leva ao Tesouro fica iluminado à luz de velas, criando um clima ainda maior de mistério e contemplação.

Rumo ao sul da Jordânia, na ancestral rota por onde passavam caravanas vindas do Egito e do Golfo Pérsico, você se depara com o incrível castelo de Karak, cujas muralhas chegam a atingir mais de cem metros de altura. Construída estrategicamente em uma montanha rodeada por vales, por volta do ano 1100, a fortificação esteve ativa durante a época das cruzadas e foi usada pelo Império Otomano até o fim do século 19.

Ainda mais ao sul, a cerca de 260 quilômetros de Amã, está o maior tesouro arqueológico da Jordânia e um dos maiores do mundo: a cidade sagrada de Petra. Trata-se de um lugar para ficar guardado na memória pelo resto da vida.

Uma espessa camada de mistérios e lendas ainda envolve a história de Petra. A cidade, como o próprio nome sugere, é inteiramente talhada na pedra. Os construtores, os nabateus, fizeram um uso inteligente das enormes formações rochosas, a marca da geografia local. Estima-se que a construção durou quatro séculos, se estendendo até os primeiros anos da era cristã.

No ano 106, foi anexada pelo Império Romano e, a partir do século 7o, passou ao domínio árabe. O mais curioso é que a cidade ficou abandonada por cerca de 800 anos, até que o explorador suíço Jacob Burckhardt, disfarçado de estudioso muçulmano, tornou-se o primeiro ocidental a conhecê-la e divulgá-la na Europa.

Pouco se sabe sobre o povo nabateu e seus costumes. Pesquisas arqueológicas recentes sugerem que Petra não era uma cidade, mas um local de peregrinações religiosas, cuja maioria das construções servia como tumbas ou templos. Embora estivesse próxima à rota de grandes caravanas, é pouco provável que tenha servido como local de passagem, já que os desfiladeiros da região dificultam a acesso de grandes grupos de camelos.

O extremo sul da Jordânia ainda guarda mais atrações. A maior delas é o Deserto de Wadi Rum, de paisagem lunar, formada por grandes extensões de areias espessas, entrecortadas por enormes blocos de rocha granítica. Passar uma noite no deserto é uma das “loucuras” mais sadias que se pode imaginar, ainda mais com todo o conforto de um acampamento beduíno com colchões de mola, aquecedores, comida e música típicas. Uma garrafa de um bom vinho jordaniano também ajuda. Além do pernoite no deserto, outras opções de passeio são oferecidas na região, como sobrevôo de balão.

Próxima ao Wadi Rum está a cidade litorânea de Aqaba, única saída da Jordânia para o mar. Com apenas 26 km de litoral, fica em um local estratégico, no Mar Vermelho, próximo ao Canal de Suez, que garante saída para o Mar Mediterrâneo. Quatro países dividem fronteiras na região: Egito, Israel, Jordânia e Arábia Saudita.

Aqaba é o balneário dos jordanianos, cidade das mais prósperas do país. Resorts de luxo estão sendo construídos e a capacidade de hospedagem deve quase triplicar até 2012, seguindo uma tendência já adotada em Israel e no Egito, onde as cidades de Eliat e Taba já exploram o turismo de alto padrão.
Um dos grandes atrativos de Aqaba, que não tem praias tão bonitas, é o mergulho. Porém, para quem viaja ao Mar Vermelho com o intuito específico de mergulhar, os melhores pontos de visitação estão na Península do Sinai, território do Egito que fica próximo de Aqaba.

De volta a Amã, no caminho inverso, indo do sul para o norte, basta rodar cerca de 360 quilômetros para cruzar o território jordaniano quase por completo. Às várias atrações turísticas desse caminho somam-se ainda as opções oferecidas pela capital e seus arredores. A capital da Jordânia é uma das cidades mais importantes do mundo árabe.

Vale a pena caminhar pelo centro antigo, o Downtown, onde se encontram os artigos mais diversos a preços atraentes, desde tâmaras até pachiminas. Não se esqueça de fazer uma visita às docerias, que guardam surpresas deliciosas e muito exóticas.

O local turístico mais visitado de Amã é a região do Museu de Arqueologia, onde há vestígios de ruínas romanas e uma bela vista da cidade. Vale a pena conhecer também o anfiteatro romano e as mesquitas Rei Hussein e Rei Abdullah, as maiores do país.

Nas proximidades da capital, há ruínas de diversos castelos, como o de Ajloun e o de Umm Al-Jimal. Um dos passeios mais requisitados das redondezas é a visita aos vestígios da cidade de Jerash, com uma grande concentração de construções da era romana. Na arena, são exibidos shows de legiões romanas e corrida de bigas.

Para além de todas as atrações já exploradas turisticamente, na Jordânia ainda há muito por ser descoberto. O país é um destino muito interessante, que rende roteiros de uma até duas semanas. E o melhor de tudo é que está pertinho do Egito, de Israel, de Dubai, nos Emirados Árabes, e da Turquia, o que permite montar um roteiro de viagem combinando mais de um destino.

Fonte: Tenda Arábe

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