quinta-feira, 26 de abril de 2012

Decisão sobre aborto de crianças com anencefalia pode ser suspensa


A recente aprovação do aborto de crianças portadoras de anencefalia, por oito ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), pode ser anulada pelo Congresso Nacional.

A decisão indevida causou grande indignação em especialistas e leigos no assunto, em função da invasão de competência do STF, que não tem poder legislador, e porque a maioria da população é contrária ao aborto.

A anulação da aprovação da Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nº 54 pode ser pedida pelo Congresso com base no artigo 49, inciso 11 da Constituição Federal, que diz: Cabe ao Congresso Nacional zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da atribuição normativa dos outros Poderes.

Para o procurador municipal de Areal (RJ), professor Roberto Wagner Lima Nogueira, é nítido o desconforto social porque a opinião da maioria não foi respeitada e o STF feriu a Constituição Federal em seu artigo 2º, que determina que as funções dos três poderes são independentes. “Na democracia, o Supremo Tribunal Federal não cria leis, cumpre-as. O Supremo não é legislador; é julgador, e julgador nos moldes da Constituição”, disse.

O procurador acredita que para defender o direito à vida que foi violado, a resposta mais democrática da sociedade nesse momento é a realização de manifestações mais incisivas ao Poder Legislativo Federal, em favor da aprovação do Estatuto do Nascituro, o PL 478/2007.

“A aprovação do Estatuto do Nascituro certamente atenuará em muito os efeitos deletérios da recente decisão do Supremo contra a vida humana, restaurando assim o primado da “vontade soberana da maioria”, destacou o procurador Roberto Nogueira.

O médico e professor da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), Rodolfo Acatauassu, reforçou que a boa medicina sempre vai intervir para tentar curar os bebês intrautero, para preservar a vida humana. Ele ressaltou que é preciso que todos estejam atentos porque em passado recente, em nome de uma ideologia nazista, muitas crianças foram eliminadas antes de nascer e até após o nascimento.

“O aborto eugênico, ou seja, aquele que elimina crianças com malformações na sua idade fetal, é um recurso não previsto na nossa legislação e nem dentro do espírito do nosso povo, que sempre tem acolhido essas crianças doentes e mais frágeis. Nós sabemos que em culturas diferentes da nossa até crianças com Síndrome de Down podem ser abortadas e mortas intrautero, mas não é o caminho do nosso povo”, alertou.

Fonte: Portal UM

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