sábado, 12 de novembro de 2011

Abandonar Terra Santa seria traição a Cristo, afirma ex-núncio Apostólico em Israel

O Cardeal Andrea Cordero Lanza di Montezemolo, ex-núncio de Israel, animou a todos os cristãos do mundo a recordarem que Jesus existiu e que se os cristãos abandonarem Terra Santa estariam traindo a Cristo.

O Cardeal Cordero é recordado por seu trabalho bem-sucedido nos países que hoje compartilham a Franja de Gaza. Em 1990 foi nomeado Delegado Apostólico em Jerusalém e Palestina, e após difíceis negociações, obteve o estabelecimento de relações diplomáticas entre a Santa Sé e o Estado de Israel, sendo o primeiro Núncio Apostólico naquele país.

Em uma entrevista concedida ao grupo ACI em Roma, o Cardeal explicou que "os cristãos devem seguir com sua presença em um lugar que foi famoso por Cristo", naqueles enclaves "onde Jesus viveu, fez toda a ação redentora, isso não é possível negar".

"Deixar a Terra Santa por parte dos cristãos seria como trair a Cristo", afirmou.

O Cardeal indicou que na Terra Santa é necessária a participação dos cristãos tanto no campo do direito, como também dentro de outras possibilidades concretas. "Muitos cristãos vão embora, deixam a Terra Santa porque não encontram possibilidades ou facilidades para viver, para trabalhar então deve-se fazer toda uma ação para que possam permanecer e seguir dando testemunho de sua fé", explicou.

O Cardeal Cordero conseguiu no ano 1997 que fossem reconhecidas em Israel todas as instituições católicas, como entidades jurídicas com pessoal jurídico para poder viver publicamente e ter direito a propriedades, uma conta no banco ou apresentar-se ante um tribunal.

"Isto foi muito importante, os acordos seguiram durante esses anos sobre outros diálogos, outras reflexões, outros pontos, há sempre que melhorar, que esclarecer, e fixar os direitos e os deveres de todas as instituições católicas em Israel, ante Israel, mas também ante a Palestina, com a qual não há ainda um intercâmbio diplomático porque a autoridade Palestina e a Palestina como tal não é um estado".

 O purpurado explicou que quando o estado palestino seja reconhecido de maneira especial pela Organização das Nações Unidas, "não haverá nenhuma dificuldade para estabelecer também relações em nível de nunciatura e embaixada, segundo a Convenção de Viena".

"Nestes últimos tempos foram dados passos adiante para reconhecer os dois estados. Não é fácil, porque há muitos problemas que permanecem e não encontraram ainda uma solução", remarcou.

Dom Cordero afirmou que a atividade de custódia da Terra Santa necessita uma voz no campo internacional, "não somente para informar, mas também para convidar a estudar, a conhecer".

"Diz-se que a Terra Santa, os monumentos da Terra Santa são como o quinto Evangelho, e é certo porque fala de algo que não é somente museu, algo que tem que representar uma vitalidade para todos os cristãos e de maneira especial os católicos de hoje em dia", concluiu.

O Cardeal Cordero também foi Núncio Apostólico em diferentes países da América Latina, como a Nicarágua, Honduras e Uruguai, e escreveu um livro sobre as Catequese Paulinas de Bento XVI. Atualmente é Arcebispo Emérito da Basílica de São Paulo Extra Muros de Roma

Fonte: ACI Digital

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