domingo, 3 de junho de 2012

Argentina: Igreja faz apelo contra a corrupção


A Igreja argentina pede ao governo maior compromisso para deter a corrupção e combater a pobreza. Por ocasião da festa nacional de independência argentina, 25 de maio, na celebração do “Te Deum”, Dom Fernando Maletti, bispo da Diocese de São Carlos de Bariloche, convidou os políticos a não serem egoístas, a não considerarem “somente o acúmulo de bens materiais, sem abrir-se à solidariedade com os outros”.

Na sua homilia, enviada à agência Fides, Dom Maletti disse: “A nossa nação é um dom de Deus, não somos condenados a viver juntos, mas somos chamados a viver com os outros: daqui a palavra conviver”. Os bispos argentinos – recordou – deram uma contribuição à reflexão sobre o futuro do país: “Estamos convictos que a prioridade nacional é erradicar a pobreza e propor um desenvolvimento integral para todos. Queremos estar à altura deste histórico desafio através da justiça e da inclusão social, e isso depende do compromisso de cada um de nós argentinos”.

Além do mais, na capital, numa catedral repleta de fiéis, o Arcebispo de Buenos Aires, Cardeal Jorge Bergoglio, chamou a atenção para o nível de corrupção presente no país. Como referido à agência Fides, o purpurado afirmou que “isso impede a construção do projeto-país” e pediu a convocação de um diálogo nacional que significa “saber ouvir, renunciar, reconhecer os próprios erros e falências”.

Na sua homilia, o cardeal convidou os líderes políticos à auto-crítica: “Ninguém quer reconhecer o que ocorreu e as dívidas a pagar por causa da corrupção. Estamos corroendo a confiança social – concluiu – e é necessário fazer um exame de consciência: por que tanta indiferença para com os mais fracos da sociedade? (SP)


Fonte: Rádio Vaticano



Tráfico de pessoas em Moçambique preocupa a Igreja
Bispos Católicos da África Austral estiveram reunidos no mês de maio em Maputo, Moçambique, com instituições do Estado e organizações não governamentais (ONGs) à procura de soluções para evitar o tráfico de seres humanos na região. A Igreja Católica local recorre à campanhas de sensibilização nas comunidades e distribuição de panfletos, durante as cerimônias religiosas.

Raul tinha nove anos quando desapareceu no dia 23 de fevereiro de 2012 e nunca mais foi visto. Foi sequestrado por um indivíduo que aparentemente era amigo da família. Devido a histórias como esta, foi realizada uma reunião na intenção de travar este fenômeno. Os panfletos distribuídos, como parte da campanha de mobilização contra o tráfico de pessoas, contêm informações principalmente sobre os perigos às crianças e às mulheres. Porém, não há meios suficientes para concretizar campanhas completas, segundo o Padre Inácio. A opção encontrada foi procurar financiadores para pagar a elaboração de brochuras informativas.

As zonas rurais são as mais propícias ao crime porque as comunidades estão desprotegidas, esclarecem os religiosos católicos. Não há informação suficiente sobre este tipo de crime, acredita o Padre.

Os prelados apelam às instituições judiciais. O Procurador Geral da República de Moçambique, Augusto Paulino, sugeriu cooperação. Para ele, um dos desafios a ser vencido é a incompatibilidade das legislações regionais e internacionais. Segundo a religiosa Irmã Pilar de la Puerta, da Arquidiocese de Pemba, ninguém faz nada com relação aos desaparecimentos. É necessário uma equipe interdisciplinar para abordar o tema, acredita. "O Observatório Político e de Pesquisa Social deveria ser um grupo de reflexão para fazer uma pesquisa social e crítica baseada em dados", defende ela.

Durante o encontro, os bispos partilharam experiências no combate ao crime. Dom Vicente Kiaziku, da Arquidiocese de Mbanza Kongo, em Angola, disse que muitos jovens e crianças são traficados para o Congo Democrático para trabalhar nas minas como escravos. "Há uma política de prevenção do Estado que tenta sensibilizar as famílias para que não abandonem as crianças, que instruam-nas a não aceitar presentes ou ofertas de desconhecidos", explica o religioso de Mbanza Kongo.

Elisabeth Todd, do Ministério Público da África do Sul, disse que este crime não tem leis específicas. "É uma situação crítica e até agora tratamos caso a caso, usando as leis que existem, como a lei dos procedimentos criminais, a lei de ofensas sexuais", conta. Grande parte das pessoas traficadas na África Austral, principalmente adolescentes, vai parar na África do Sul como escrava da prostituição.


Fonte: Rádio Vaticano


Nenhum comentário:

Postar um comentário