sábado, 26 de maio de 2012

Com um bilhão de viajantes, turismo será paliativo para a crise


O mundo encerrará o ano de 2012 com mais de um bilhão de turistas, cifra histórica que mostra não só a força do setor, mas também o impulso que pode dar à economia em uma época de crise, afirmaram na quinta-feira (17) autoridades e empresários do setor, reunidos no México.

"Não se trata apenas de um aumento no número de turistas, mas do que isto significa para a criação de empregos, investimentos, desenvolvimento e impulso da economia", afirmou o jordaniano Taleb Rifai, secretário-geral da Organização Mundial do Turismo (OMT), durante reunião de ministros do G20 com empresários do setor em Playa del Carmen (leste do México).

Segundo números da OIT, uma série de medidas simples, como redução nos trâmites para concessão de vistos, políticas de céus abertos e simplificação da multiplicidade de impostos que oneram o setor, gerariam 5,1 milhões de novos empregos e 112 milhões de novos turistas só nos países do G20, bloco integrado pelas maiores economias do planeta.

"Não é preciso investir tanto dinheiro e a lógica é muito simples: muitos governos gastaram em promover seus destinos turísticos, mas gastam mais dinheiro ainda para evitar que as pessoas cruzem suas fronteiras", explicou Rifai.

A OMT e o Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC, na sigla em inglês) consideram possível que o número de 1 bilhão de turistas internacionais ao ano, que pela primeira vez se superará este ano, se mantenha em ascensão, inclusive apesar da crise nas economias desenvolvidas, como as europeias.

"Estamos vendo o potencial dos mercados emergentes, como China, Brasil e Índia, que estão aportando uma quantidade importante de novos viajantes", afirmou David Scowsill, presidente do WTTC, que reúne os empresários do setor.

Os cálculos, otimistas, estimam, inclusive, que o número de turistas dobre nos próximos 20 anos.

"Nossa mensagem é clara para os governos: o turismo pode gerar potencialmente mais empregos do que muitos setores para os quais se dirigiram os apoios estatais recentemente", enfatizou Scowsill.

Segundo um estudo do WTTC, o setor turístico já gera mais empregos do que a produção de automóveis e os serviços financeiros, a química e inclusive a mineração.

Nos países da América Latina, os indicadores são particularmente significativos: no Brasil e no México, por exemplo, o emprego gerado pelo turismo dobra com relação aos setores industriais, como a produção de automóveis.

Ao mesmo tempo, a renda deixada pelos turistas superam em até quatro vezes o que é gerado pela exportação de veículos nos dois países, os maiores produtores da região.

Fonte: Folha.com

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