Por volta do ano 1100 a.C., a dona de uma
requintada coleção de joias resolveu escondê-las numa vasilha de cerâmica,
enrolando brincos e anéis de ouro em pedaços de tecido. Não se sabe por que ela
fez isso, mas arqueólogos israelenses acabam de trazer esse tesouro à tona.
O achado ocorreu em Megido, antiga cidade do
norte de Israel que é uma das mais estudadas recentemente.
Segundo os especialistas da Universidade de Tel
Aviv, liderados por Israel Finkelstein e David Ussishkin, tanto a abundância de
ouro quanto a presença de certas pedras semipreciosas entre os artefatos
sugerem influência cultural e econômica do Egito sobre os moradores da cidade.
Faz sentido quando se considera o período em que
se encaixam os achados. Trata-se de uma época nebulosa, o início da Idade do
Ferro, quando as tribos que passariam a ser conhecidas como israelitas
(ancestrais dos atuais judeus) ainda não tinham grandes assentamentos.
Por outro lado, algumas antigas cidades-Estado,
como a própria Megido, ainda resistiam, mantendo seus elos com os egípcios,
antigos senhores da Palestina que, no século anterior, tinham perdido seu
domínio por causa de invasores bárbaros.
Não se sabe exatamente quando, mas Megido acabou
sendo incorporada ao reino de Israel. A cidade era importante por estar
localizada numa rota-chave entre a Síria e o Egito, o que explica a riqueza dos
achados.
Esse papel estratégico também fomentou batalhas,
como a que levou à morte do rei israelita Josias em 609 a.C.
Em comunicado, Finkelstein e seus colegas afirmam
que seu próximo passo é analisar quimicamente as joias, o que trará dados mais
claros sobre o seu local de origem.
Fonte:
Folha.com
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